novos tempos

Ibovespa ignora posse de Biden e fecha em queda de olho em vacinação; dólar cai

A Embraer (EMBR3) caiu 3,27% depois que o Bradesco BBI rebaixou a recomendação para o papel. A líder em perdas do Ibovespa nesta quarta foi a PetroRio (PRIO3), que apresentou queda de 3,66%

O dólar à vista caiu 0,66%, a R$ 5,3108 na venda nesta quarta-feira (20), depois de oscilar entre R$ 5,3574 (+0,21%) e R$ 5,2834 (-1,17%). O real surfou nos ganhos de moedas emergentes e outros ativos de risco, uma vez que a posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos direciona o mercado para expectativas de mais estímulos.

O Ibovespa pegou a contramão do otimismo no exterior e caiu 0,82%, para 119.646 pontos.

“O mercado está preocupado com o cenário de atraso da vacinação no Brasil, o que pode fazer a recuperação econômica tardar”, explica Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. O aumento do número de casos de Covid-19 também preocupa o mercado.

A Embraer (EMBR3) caiu 3,27% depois que o Bradesco BBI rebaixou a recomendação para o papel. A líder em perdas do Ibovespa nesta quarta foi a PetroRio (PRIO3), que apresentou queda de 3,66%.

Na outra ponta, as ações de varejo lideraram os ganhos depois de sofrer correções nas últimas semanas. A líder foi a B2W (BTOW3), que subiu 8,59% e acumula 15,6% de ganho no ano. Logo atrás, Magazine Luiza (MGLU3), com alta de 5,5%, seguido de Lojas Americanas (LAME4), com 4% de valorização. O dia ainda foi marcado pelas altas de Hering (HGTX3) – 1,8% – e Via Varejo (VVAR3) – 1,75%.

Lá fora, o bom humor externo era garantido pela posse do democrata Joe Biden, que pode diminuir a tensão política nos EUA e injetar mais recursos na economia global através de estímulos que devem alcançar cifras trilionárias.

Aqui, em meio ao colapso no sistema de saúde nacional, integrantes da equipe econômica do governo e os candidatos à presidência da Câmara já discutem a possibilidade de retomar o auxílio emergencial, impactando a austeridade fiscal desejada pelo governo.

Investidores também aguardavam sinalização do Banco Central sobre os rumos da Selic, com muitos no mercado contando que o BC retirará do comunicado a promessa de manter os juros caso certos critérios sejam respeitados.

O entendimento seria o primeiro passo para se vislumbrar alta da Selic, o que poderia dar algum suporte ao câmbio. Segundo analistas, um dos motivos para a pressão sobre o real é o juro em patamar muito baixo, que deixa a moeda mais vulnerável a operações de hedge ou de financiamento para apostas em outras divisas.

Lá fora
As ações abriram perto de máximas recordes nos Estados Unidos nesta quarta-feira antes da posse de Joe Biden como presidente, enquanto a Netflix saltava depois de dizer que não precisará mais tomar emprestado bilhões de dólares para financiar seus shows e filmes.

Às 15h23, o Nasdaq Composite subia 1,87%, para uma máxima recorde de 13.444 pontos.

O Dow Jones Industrial Average ganhava 0,77%, enquanto o S&P 500 tinha alta de 1,37%.

Na Europa, a maioria dos índices demonstrava viés positivo às 9h15. O índice pan-europeu STOXX 600 avançava 0,5%, assim como o alemão DAX, enquanto o francês CAC 40 subia 0,40%. Já o indicador inglês FTSE 100 rondava estabilidade à espera do novo presidente americano.

Já as principais bolsas da Ásia não tiveram sinal único, com Tóquio em baixa, mas ganhos em Xangai. Em Hong Kong, a ação do Alibaba se destacou, após o fundador da empresa, Jack Ma, fazer sua primeira aparição pública em três meses. Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,47%, em 3.853,09 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 1,43%, a 2,524,73 pontos.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve ganho de 1,08%, para 29.962,47 pontos, com o papel do Alibaba em alta de 8,5%, na máxima em dois meses. A ação da empresa foi beneficiada após a primeira aparição pública de Jack Ma em três meses, em uma participação via vídeo em um evento filantrópico.

O fato de que ele veio a público foi interpretado por investidores como sinal de que há riscos menores para a companhia, alvo de investigações recentes de Pequim no setor de tecnologia. Reguladores chineses se voltaram contra o Alibaba após Jack Ma ter feito um discurso crítico ao governo chinês no fim de outubro.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 0,38%, em 28.523,26 pontos. Ações ligadas ao e-commerce e ao transporte estiveram entre as maiores quedas. Do primeiro setor mencionado, MonotaRO recuou 3,7%, enquanto a operadora ferroviária Keio caiu 3,9%. A bolsa japonesa foi também pressionada pela persistência de um número elevado de mortes neste inverno local por covid-19.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi terminou em alta de 0,71% em Seul, em 3.114,55 pontos. Ações do setor de eletrônicos e de montadoras se destacaram, e o sentimento foi apoiado pela perspectiva de mais estímulos fiscais nos EUA, com a posse nesta quarta-feira do presidente eleito Joe Biden.

LG Electronics subiu 13%, após a imprensa sul-coreana reportar que planeja reestruturar seu negócio de smartphones. Samsung Electronics avançou 0,2%.

Em Taiwan, o índice Taiex registrou baixa de 0,45%, a 15.806,18 pontos. Já na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,41%, em 6,770,40 pontos, na Bolsa de Sydney. Ações de tecnologia, energia e da indústria compensaram as perdas dos bancos, no pregão australiano.

Fonte: CNN Brasil
Créditos: CNN Brasil