Se você ainda está confuso com as recentes tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump, o Polêmica esclarece: a medida promete um impacto direto nos mercados e, segundo o economista Hugo Queiroz, o brasileiro médio sentirá os efeitos no bolso nos próximos meses. Ele detalha que o principal reflexo será uma alta da inflação, encarecendo produtos básicos como alimentos, combustíveis e até o crédito pessoal.
Segundo o especialista, as tarifas devem desvalorizar ainda mais o real frente ao dólar, o que torna produtos exportáveis, como carne, café, grãos e suco de laranja, mais atrativos para venda ao exterior. Isso reduz a oferta interna e pressiona os preços no Brasil, porque se o real se desvaloriza como o economista prevê, o produtor brasileiro ganha mais dinheiro vendendo para fora do país do que vendendo no mercado interno.
O mesmo acontece com os combustíveis: embora o país produza petróleo, depende da importação de derivados como gasolina e diesel. Com o dólar mais caro, o preço na bomba sobe.
Além disso, o economista destaca que a inflação mais alta deve manter os juros elevados. Isso significa crédito mais caro para quem depende de financiamento no dia a dia, o que impacta diretamente o consumo.
E por que isso afeta o crédito?
Porque a Selic influencia diretamente os juros que bancos e financeiras cobram em empréstimos, financiamentos e no cartão de crédito. Com juros altos, fica mais caro:
- Fazer parcelamento no cartão
- Financiar carro, casa, celular
- Pegar empréstimos pessoais
- Usar cheque especial
E o brasileiro médio depende muito desse tipo de crédito no dia a dia, já que muitos não têm poupança ou renda sobrando. Então, quando o crédito encarece, o consumo diminui, o comércio vende menos, as empresas seguram investimentos, e a economia desacelera.
“Com menos consumo, vem menos produção, menos emprego e menor renda. É um efeito dominó que reduz a qualidade de vida”, alerta.
Hugo Queiroz analisa o cenário fiscal brasileiro como frágil, e chama atenção para um possível agravamento com medidas paliativas do governo para conter os efeitos da crise.