aprendizado das crianças e jovens

Pesquisa Datafolha aponta que 61% dos alunos das redes públicas da região Nordeste recebem algum tipo de atividade não presencial durante a pandemia

Estudo foi encomendado ao Datafolha pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, com objetivo de fornecer às redes de ensino dados e evidências que ajudem na estratégia da oferta de atividades não presenciais aos alunos na pandemia.

Maior parte dos alunos acessa as atividades que são ofertadas por meio de algum equipamento tecnológico (internet pelo celular ou computador, TV ou rádio). No Nordeste, segundo os pais ou responsáveis que responderam à pesquisa, 82% dos estudantes estão fazendo a maioria das atividades escolares.

No Nordeste, do ponto de vista dos pais ou responsáveis, 54% acredita que o aprendizado das crianças e jovens está evoluindo, enquanto 56% veem motivação dos alunos nas aulas. Porém, 33% temem que o aluno desista da escola se não conseguir acompanhar as aulas em casa e 58% consideram muito difícil para as crianças sob sua responsabilidade manter rotina de estudos. Esta dificuldade de acompanhamento está relacionada principalmente à falta de tempo dos adultos e à dificuldade para que eles expliquem as matérias.

Pesquisa da Datafolha, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, mostra que em menos de três meses de pandemia, é possível afirmar que 61% dos estudantes das redes municipais e estaduais do Nordeste estão recebendo algum tipo de atividade para fazer em casa. No Brasil, a média é de 74%.

Foram efetuadas 1.028 entrevistas com pais ou responsáveis por 1.518 estudantes da rede pública em todo o Brasil. A margem de erro máxima para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa quantitativa teve abordagem telefônica, a partir de sorteio aleatório de números de telefones celulares, e foi realizada entre os dias 18 e 29 de maio de 2020.

No Nordeste, o acesso aos conteúdos se dá principalmente pela internet (53%), por videoaula gravada (27%) e pela televisão (4%). Apenas 2% informaram ter acesso por material impresso e 1% por rádio.

 “O material não substitui de nenhuma maneira o professor ou a interação social que a escola proporciona, mas mostra como a tecnologia pode ser uma boa aliada na educação”, diz Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.

 “Essa é a primeira de uma série de três pesquisas que têm por objetivo apoiar os gestores públicos com dados e evidências para um melhor planejamento das suas ações na pandemia. Os desafios são muitos, tanto dos estudantes quanto dos professores e gestores, que precisam pensar em novas formas de ensino-aprendizagem para manter a motivação dos estudantes e evitar o abandono escolar”, diz Angela Dannemann, do Itaú Social.

Como as crianças estão estudando em casa?

A rotina dos estudantes em casa foi outro ponto abordado com pais e responsáveis. 82% dos alunos do Nordeste estão fazendo a maioria das atividades enviadas pela escola, média igual à nacional.

Na região, entre os principais entraves das atividades do dia a dia da educação remota estão a dificuldade dos pais para acompanhar os alunos (31%), o acesso às aulas (15%) e a falta de interesse no conteúdo (12%).

A pesquisa mostra, ainda, que, no Nordeste, 54% dos pais ou responsáveis dos alunos que receberam algum material acredita que o aprendizado está evoluindo em casa enquanto 56% veem motivação dos alunos nas aulas. Porém, 33% temem que o aluno desista da escola se não conseguir acompanhar as aulas em casa e 58% consideram muito difícil para as crianças sob sua responsabilidade manter rotina de estudos. Esta dificuldade de acompanhamento está relacionada principalmente à falta de tempo dos adultos e à dificuldade para que eles expliquem as matérias.

Equipamentos usados pelos estudantes

Outro ponto importante apontado é o acesso dos estudantes aos equipamentos eletrônicos. A maioria das famílias no Nordeste (93%) possui telefone celular. 26% afirmam ter computador e 37% televisão com internet.  7% não têm nenhum equipamento.

As diferenças regionais são grandes. Enquanto no Nordeste 53% dizem ter banda larga, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste os estudantes com internet banda larga são, respectivamente, 71%, 65% e 65%. Na região Norte apenas 37% declararam possuir internet.

PERFIL – PESQUISA – NACIONAL

Perfil dos estudantes

  • Gênero

47% feminino

53% masculino

  • Por Ciclo escolar

44% no EF1

36% no EF2

20% no Ensino Médio

  • 5% tem algum tipo de deficiência

 

  • Cor declarada

55% negros

37% brancos

2% amarelos

2% indígenas

4% outros

Perfil dos Responsáveis

  • Idade

4% de 18 a 24 anos

30% de 25 a 34 anos

41% de 35 a 44 anos

22% de 45 a 59 anos

2% mais de 60 anos

  • Parentesco

64% mãe

23% pai

5% avô/avó

5% tia/tio

3% irmão/irmã

3% padrasto/madrasta

  • Cor declarada

59% negra

32% branca

3% amarela

2% indígena

4% outros.

  • Renda das famílias

73% até dois salários mínimos

13% de 2 a 3sm

7% de 3 a5 sm

3% de 5 a 10 sm

1% mais de 10 sm

2% recusa/não sabe

  • Renda na pandemia

55% teve a renda reduzida

33% ficou igual

11% a renda aumentou

  • Residência

35% vivem em capital ou região metropolitana

65% no interior

  • Crianças ou adolescentes em idade escolar por residência

61% um estudante

30% dois estudantes

17% três ou mais estudantes

(média de 1,5 estudantes por residência)

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba