
Paraíba - O vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro, que está em pré-campanha ao governo do Estado nas eleições do próximo ano, visitando municípios de diferentes regiões e cumprindo agendas com lideranças políticas, descartou, ontem, a hipótese de uma disputa com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, pela indicação da candidatura no âmbito do PP (Partido Progressistas), a que ambos são filiados. O vice-governador ressaltou que sua movimentação é natural, diante da eventualidade de vir a assumir a titularidade do Executivo em caso de desincompatibilização do governador João Azevêdo (PSB) para disputar o Senado, estando credenciado, nesse papel, a concorrer à chefia do governo. Salientou, ainda, que cumpre ações de mobilização administrativa desde que investido na vice-governança, geralmente por delegação expressa do governador João Azevêdo, o que inclui participação em reuniões importantes em Brasília ou em comitivas oficiais no exterior para atrair investidores.
Nos últimos dias, a possibilidade de uma candidatura de Cícero dentro do bloco governista ganhou evidência devido a acenos do prefeito reeleito da Capital, favoráveis ao enfrentamento desse desafio, bem como ao seu posicionamento, bem cotado em pesquisa de opinião pública sobre intenções de voto para 2026. A um repórter, em tom de blague, Lucena afirmou que tanto montará no cavalo se ele estiver selado como montará se ele não estiver selado, com isto sinalizando que está pronto, preparado e querendo confrontar-se nas urnas no próximo ano com o bloco oposicionista que se divide entre nomes como os de Pedro Cunha Lima (PSD), Efraim Filho (União Brasil) e Marcelo Queiroga (PL). O sentimento de otimismo externado pelo prefeito de João Pessoa contagiou seus aliados mais próximos, que avaliam que uma candidatura ao governo seria o coroamento de uma trajetória vitoriosa na conjuntura estadual. O prefeito exerce, atualmente, o seu quarto mandato à frente do Centro Administrativo Municipal e conserva bons índices de aprovação.
Para o vice-governador Lucas Ribeiro, por sua vez, as diferentes postulações que estão sendo colocadas em partidos que compõem o bloco governista no Estado são plenamente legítimas e refletem projetos de poder que estão condicionados à receptividade junto às ruas. Não há, conforme ele, qualquer imposição por parte de quem quer que seja, mas uma preocupação concreta para viabilizar a unidade das forças políticas que seguem a orientação do governador João Azevêdo. Considera que o atual chefe do Executivo terá atuação decisiva na montagem da chapa majoritária para o pleito do ano vindouro, por estar liderando um projeto de governo que alcança repercussão favorável e é baseado não somente em ações e resultados que favorecem a população, mas, também, em esforço gigantesco para assegurar o equilíbrio fiscal-financeiro da Paraíba, de modo a criar oportunidades de investimentos e de realizações marcantes. “O próximo governante terá que ter em vista as mudanças verificadas nos últimos anos, que não têm mais caminho de volta para a população”, analisa Lucas Ribeiro. Concluiu reafirmando que está à disposição para colaborar com os desafios que lhe forem atribuídos.
O Partido Progressistas sentiu-se fortalecido nas últimas horas com o retorno, às suas hostes, da senadora Daniella Ribeiro, mãe do vice-governador Lucas e irmã do deputado federal Aguinaldo, que se desligou do PSD depois que a legenda foi tomada a nível estadual pelo grupo Cunha Lima (Cássio e seu filho Pedro), conforme deliberação da cúpula nacional presidida por Gilberto Kassab. Daniella considerou que seu retorno se dá num momento especial – talvez aludindo ao processo de fortalecimento do PP em meio às tratativas para formação de uma federação entre a legenda e o União Brasil. Na Paraíba, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) e o senador Efraim Filho, do União Brasil, travam queda-de-braço pelo controle da federação, agitando número de filiados que são detentores de cargos relevantes nas respectivas agremiações. O regresso de Daniella iguala o PP ao União na Paraíba em quantidade de senadores, como já estavam igualados em relação a deputados. A presença de Lucas Ribeiro como vice-governador desequilibra o quadro e reforça o poderio do Progressistas, inclusive, com a especulação de provável candidatura sua a governador – decisão a ser cravada lá na frente. Efraim admite que o impasse para a federação na Paraíba persiste, mas se põe no aguardo das deliberações que estão sendo encaminhadas pelas cúpulas nacionais de ambos os partidos.