Paraíba - O silêncio de parte da população de São José de Caiana foi quebrado nesta segunda-feira (22) pelo barulho de fogos de artifício, disparados pelo prefeito cassado Manoel Pereira de Souza, o Manoel Moleque (PL). O motivo da celebração, no entanto, causou espanto, ele comemorar a cassação de seis vereadores, entre eles aliados eleitos por seu próprio partido.
Moleque e o suplente Alcides (PL) soltando fogos, foi registrado em vídeo publicado pelo filho do prefeito — ocorreu após a Justiça da 33ª Zona Eleitoral de Itaporanga determinar a cassação de mandatos por suposta fraude em candidaturas femininas usadas para burlar a lei de cotas de gênero. A decisão anulou todos os votos recebidos pelo grupo nas eleições de 2024.
O prefeito cassado já havia perdido seu próprio mandato por abuso de poder político e econômico, celebrou a queda de parlamentares da Câmara, inclusive de seu partido, o PL, e do PDT, sigla adversária.
Foram atingidos pela decisão:
- Damião Batista dos Santos (PL)
- José Júnior Lopes (PL)
- Hélio Dael Guilhermino (PL)
- Marleno Galdino de Sousa (PL)
- Ronildo Silva de Moura (PDT)
- Luzia Tereza de Andrade Ferreira (PDT)
Além deles, suplentes também perderam os votos obtidos. A acusação se refere ao registro de candidaturas femininas sem campanha real, prática conhecida como candidatura fictícia.
A comemoração com fogos de artifício por parte de Manoel Moleque trouxe ainda mais polêmica. A ativista Jéssica dos Cachorros, ex-candidata e defensora da causa animal, criticou o gesto, afirmando que o barulho afeta autistas, idosos e animais.
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“É uma falta de respeito com a população. Existe lei estadual que protege essas pessoas e os animais. Se o representante da cidade não respeita, qual exemplo teremos?”, questionou.
A Paraíba possui a Lei Estadual n° 13.235/2024, que proíbe a fabricação, comercialização, guarda, transporte e utilização de fogos de artifício que produzam poluição sonora em todo o estado.
Cassação do prefeito
A Justiça Eleitoral já havia cassado Manoel Moleque e sua vice, Adriana Marsicano, por uso da máquina pública em 2024. A decisão da juíza Hyanara Torres Tavares de Queiroz apontou contratações em massa sem concurso, distribuição irregular de cestas básicas, kits de construção e benefícios assistenciais, considerados condutas eleitoreiras graves.
Recursos dos vereadores
A decisão é de primeira instância e cabe recurso. Os vereadores já anunciaram que irão recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB). Nos bastidores, parlamentares cassados afirmam ter tranquilidade e provas de campanha, prometendo reverter a sentença.
O POVO PB
