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Policiais suspeitos de chacina em Conde divulgam carta: “Usar tornozeleira é nos rebaixar de soldados para criminosos”

Policiais suspeitos de chacina em Conde divulgam carta: “Usar tornozeleira é nos rebaixar de soldados para criminosos”

Paraíba - Os cinco policiais militares presos sob suspeita de participação na morte de cinco jovens no município de Conde, em fevereiro deste ano, foram soltos nesta quarta-feira (10), por determinação da Justiça da Paraíba. Eles devem responder ao processo em liberdade, mas sob medidas cautelares rígidas.

Entre as restrições estão: uso de tornozeleira eletrônica, afastamento do serviço operacional, recolhimento domiciliar no período noturno, além da proibição de manter contato com testemunhas, familiares das vítimas e demais investigados.

Logo após a decisão, os policiais divulgaram uma carta aberta em que afirmam não aceitarem o uso da tornozeleira eletrônica. Segundo eles, o equipamento os coloca “no mesmo patamar de criminosos comuns”, o que consideram uma forma de humilhação.

Na carta, os militares também ressaltam que sempre agiram “em defesa da sociedade” e que reagiram a uma “injusta agressão”, negando a versão apresentada nas investigações.

“Não somos milicianos, não somos traficantes. Somos pais de família, profissionais reconhecidos, que sempre cumpriram seu papel. Colocar tornozeleira em nossos pés é nos rebaixar de uma condição de soldados para criminosos comuns”, diz um trecho do documento.

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O Caso e a Investigação

Os cinco militares foram presos no dia 19 de agosto, apontados como suspeitos de terem participado da execução de cinco jovens no Conde. Um sexto policial, o tenente Álex William de Lira Oliveira, que estava fora do país no momento da operação, teve a prisão preventiva decretada após não colaborar com as investigações.

De acordo com a investigação do Ministério Público da Paraíba, há indícios de homicídio praticado pelos policiais. Já a defesa dos militares sustenta que os jovens mortos integravam um grupo criminoso armado, que teria atirado contra a guarnição, forçando a reação dos PMs.

Com a decisão da Justiça, os policiais vão responder ao processo em liberdade, mas sob monitoramento. O caso segue sob investigação.