Questionamento

Falta de médicos nos postos de saúde: Confira os possíveis pontos que têm ocasionado a ausência dos profissionais em João Pessoa

Arte: Marcelo Jr
Arte: Marcelo Jr

Nas últimas semanas, a cidade de João Pessoa vem vivenciando uma experiência peculiar: a falta de médicos nos postos de saúde. Assim, figuras públicas, como o vereador Guguinha Moov Jampa, tentam, à sua maneira, questionar os motivos pelos quais isto está acontecendo na capital paraibana.

Muitos se perguntam se, o atual problema no sistema de saúde pessoense, se trata apenas de uma complicação pontual, ou uma crise permanente.

Falta de médicos

Em uma recente tentativa, o vereador Guguinha Moov Jampa (PSD), lançou uma propositura, onde exigia a instalação de um ponto eletrônico digital e facial nas unidades de saúde da rede municipal.

Acima de tudo, a iniciativa visa assegurar a permanência dos médicos em seu ambiente de trabalho, bem como a continuidade de sua prestação de serviço à população dentro de seu expediente completo

Porém, apesar disso, a medida, até o momento, não obteve aprovação por parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que julgou inconstitucional.

A discussão que gira em torno deste tema tem ligação com a notável ausência destes profissionais. Estes, em parte, de acordo com informações, acabam não cumprindo toda a carga horária.

Por outro lado, o secretário de saúde de João Pessoa, Luis Ferreira, destacou que os profissionais da saúde não têm condições de aderir ao projeto.

A princípio, a ideia de bater o ponto a cada duas horas não seria viável. Segundo o agente, devido à alta demanda no dia a dia de trabalho, os médicos não poderiam parar para comprovar que estão de fato na ativa.

“Quem entende e sabe da atividade médica dentro de um serviço tem a mais absoluta convicção de que não há como o médico exercer de forma adequada suas funções e bater ponto a cada duas horas. Isso não existe.”, disse.

“A gente precisa cobrar presença, atendimento, mas a gente não pode marginalizar a classe médica”, afirmou o secretário.

Já o parlamentar, Guguinha, ressalta que a falta de médicos se deve ao fato de não existir fiscalização que garanta a constância do profissional.

“A falta de médico nos postos de saúde é exatamente porque não existe uma fiscalização, como existe com um servidor, um auxiliar de serviço, um servidor normal. Quando passar a ser obrigado o médico ir para o posto de saúde, aí sim.”, comentou.

Já sobre o bom atendimento prestado à população, o parlamentar pontua que, a partir do momento em que o médico faz um juramento, não deveria haver indiferenças.

“Mas eu acredito que o médico que fez um juramento de salvar vidas, ele não vai tratar as pessoas indiferentes, né? Principalmente aquele que mais precisa.”

Em suma, a aparente falta de consenso levanta dúvidas sobre a necessidade da implantação de pontos eletrônicos para médicos em João Pessoa. Por consequência, evidencia um problema mais amplo, que envolve a gestão da rede municipal, além da garantia de um bom atendimento aos cidadãos.

O debate sobre o ponto eletrônico, mesmo que sofrendo rejeições recentes, é um indício de que existe a preocupação na eficiência do quadro atual. Assim, tanto parlamentares, quanto a população em geral, procuram a melhora do sistema público de saúde.