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Professor da UFCG acusado de misoginia por postagem machista será investigado por comissão de ética da universidade

Mesmo que a declaração não tenha ocorrido no ambiente acadêmico, o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal é muito claro em relação a esse tipo de atitude partindo de um servidor público:

Um professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) causou polêmica após fazer uma postagem machista nas redes sociais na qual diz que mulheres ficam ”latindo e reclamando”. O caso será investigado pela comissão de ética da universidade.

O professor Francisco das Chagas Fernandes Guerra escreveu um texto insinuando que só homens fazem trabalhos mais pesados, perigosos ou insalubres e propondo para as mulheres que reclamam fazer uma troca. Com palavras de baixo calão, ele disse que ficaria cuidando das crianças e fazendo a comida se a mulher sustentasse a casa.

A reitoria da UFCG divulgou uma nota em que afirma que ”o respeito às diferenças não dá lugar a nenhuma forma de manifestação racista, sexista ou alguma forma outra de apontamento preconceituoso contra qualquer coletivo”. De acordo com o texto, uma comissão de sindicância foi formada para apurar o caso.

A Assembleia Legislativa da Paraíba, através da Comissão de Direitos da Mulher e da Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio – CPI do Feminicídio, também divulgou nota de repúdio pelas declarações do professor.

CARTA DE REPÚDIO

À Comunidade Acadêmica da UFCG (Discentes, Docentes e Servidores)

Nós que fazemos o grupo de afinidade IEEE WIE UFCG, o Ramo Estudantil IEEE UFCG, o Capítulo Estudantil IEEE PES UFCG, o Capítulo Estudantil IEEE APS UFCG, o Capítulo Estudantil PELS/IAS UFCG, o Centro Acadêmico de Engenharia Elétrica e o PET Engenharia Elétrica UFCG, vimos por meio desta carta manifestar o nosso veemente repúdio à atitude de um professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG, que, em uma rede social, fez uma declaração machista, misógina e totalmente desrespeitosa, utilizando palavras de baixo calão.

Este tipo de atitude é inaceitável vindo de qualquer pessoa, mas especialmente de um professor de um curso de engenharia, que é referência no país e um orgulho para a Paraíba, e que há mais de 40 anos forma engenheiras, MULHERES, que hoje são profissionais de renome nos mais diferentes segmentos e empresas do país e do mundo.

Mesmo que a declaração não tenha ocorrido no ambiente acadêmico, o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal é muito claro em relação a esse tipo de atitude partindo de um servidor público:

I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

Quando entramos na universidade, nossos professores são as principais referências na profissão que desejamos seguir e esperamos tê-los como inspiração, tanto profissional quanto pessoal. A declaração deste professor, além de indignação, nos causou muita tristeza. O que nos conforta é saber que a grande maioria dos que fazem comunidade acadêmica da UFCG compartilha desse mesmo sentimento. Neste sentido, contamos com todos(as) os(as) discentes e docentes do curso de Engenharia Elétrica para endossar nosso repúdio a toda e qualquer atitude machista e misógina que venha a acontecer na UFCG e especialmente neste caso.

 

Fonte: Polêmica Paraíba com informações do Click PB
Créditos: Polêmica Paraíba com informações do Click PB