Paraíba - A advogada Silvia Queiroga Nóbrega ajuizou uma queixa-crime contra seu ex-sócio, o advogado José Marques da Silva Mariz, por perseguição, difamação, apropriação indébita de honorários, fraude eletrônica e violência simbólica. O caso, que tramita na Justiça da Paraíba, evidencia a prática de violência de gênero no ambiente jurídico.
Segundo a denúncia, após o fim da sociedade entre os dois, Mariz teria iniciado uma campanha de sabotagem profissional, excluindo indevidamente o nome de Silvia de mais de 150 processos no sistema do Tribunal de Justiça da Paraíba (PJe). Relatório técnico da DITEC/TJPB confirmou acessos massivos com o login de Mariz, usados para removê-la de processos nos quais possuía mandato, prejudicando sua atuação e remuneração.
A situação gerou grandes impactos na vida da advogada, como crises de ansiedade, insônia e retração profissional. A defesa classifica a conduta como violência institucional com traços de misoginia.
Um episódio específico de difamação foi registrado no Fórum Cível de João Pessoa, onde Mariz teria chamado Silvia de “vigarista” diante de testemunhas, entre elas a ex-presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/PB, Ezilda Melo.
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Em tentativa de reação, Mariz moveu queixa-crime contra Silvia, alegando calúnia e difamação. No entanto, o Ministério Público rejeitou a ação por ausência de justa causa, reconhecendo que a advogada apenas exerceu seu direito de defesa.
Silvia respondeu com uma exceção da verdade, apresentando provas documentais das acusações e denunciando o uso do sistema judicial como ferramenta de retaliação e silenciamento. O caso levanta debate sobre o machismo sistêmico nas instituições jurídicas e a necessidade de proteção efetiva às mulheres advogadas.
A OAB/PB foi informada da situação, e a advogada aguarda medidas protetivas. “Não é só sobre mim. É sobre todas as mulheres que ousam romper com o silêncio”, declarou Silvia.
