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Vereador que protestou em igreja contra racismo poderá perder o mandato por quebra de decoro parlamentar; entenda

Quatro vereadores da Câmara Municipal de Curitiba apresentaram representação à Mesa Diretora da Casa contra o vereador Renato Freitas (PT-PR), que, durante uma manifestação contra as mortes do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, entrou em uma igreja para protestar.

Quatro vereadores da Câmara Municipal de Curitiba apresentaram representação à Mesa Diretora da Casa contra o vereador Renato Freitas (PT-PR), que, durante uma manifestação contra as mortes do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, entrou em uma igreja para protestar.

Os documentos protocolados alegam quebra de decoro parlamentar. Eles foram apresentados pelos vereadores Eder Borges (PSD); Pier Petruzziello (sem partido); Pastor Marciano Alves e Osias Moraes, ambos do Republicanos; além dos advogados Lincoln Machado Domingues, Matheus Miranda Guérios e Rodrigo Jacob Cavagnari.

O processo agora será enviado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, para instauração de procedimento de investigação que pode resultar nas seguintes penalidades: censura pública; suspensão de prerrogativas regimentais; suspensão temporária; ou perda de mandato.

Também há a possibilidade de arquivamento das representações. O prazo máximo para a decisão do Conselho de Ética é de 90 dias úteis contados da notificação do representado, podendo ser prorrogado por decisão do plenário pelo mesmo período, uma única vez.

Manifestação em igreja
O ato com a presença do vereador petista aconteceu no último sábado (5) e, inicialmente, os manifestantes se reuniram no Centro Histórico de Curitiba para, posteriormente, irem até a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Segundo o parlamentar, o protesto ocorreu de forma pacífica, com a igreja “absolutamente vazia”, sem que houvesse celebração de missa no momento.

“Já se passava das seis da tarde. Entramos e dissemos que nenhum preceito religioso supera a valorização da vida. Lá dentro, afirmamos isso e saímos ordeira e pacificamente, sem que ninguém tivesse se incomodado, e eu desafio qualquer um a provar o contrário”, declarou Renato Freitas, que justificou a escolha da igreja pelo fato de o templo ter sido “construído por e para pessoas escravizadas, uma vez que negros e negras não poderiam entrar em outras igrejas de nossa cidade”.

Em nota, a Arquidiocese de Curitiba disse que os manifestantes do Coletivo Núcleo Periférico entraram na Igreja do Rosário no momento em que era celebrada uma missa, e “lideranças do grupo instaram a comportamentos desrespeitosos e grotescos”.

Durante sessão na Câmara de Curitiba ontem, Renato pediu desculpas pelo ocorrido. “”Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas [pela manifestação contra o racismo ter se estendido à igreja] e a elas eu peço perdão, pois não foi, de fato, a intenção de magoar ou ofender o credo de ninguém, até porque eu mesmo sou cristão”, disse.

Em suas redes sociais o vereador pediu desculpas e ressaltou o respeito à fé, todas as crenças e ao espaço sagrado.

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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: UOL e Polêmica PB