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Vacina oral para Covid-19 gera proteção contra doença e transmissão do vírus

De acordo com os pesquisadores, o desafio era criar uma vacina bem aceita pela população e com uma cadeia logística simples, eficaz na prevenção da doença e na transmissão dela.

Pesquisadores da Universidade de Sorbonne, na França, e da Universidade Católica de Córdoba, na Argentina, desenvolveram uma vacina oral contra a Covid-19.

De acordo com os cientistas, o imunizante é termoestável — ou seja, que mantém a eficácia sem a necessidade de refrigeração constante —, e apresentou boa eficácia na proteção contra a doença, inclusive na transmissão do coronavírus. O imunizante, testado em camundongos e hamsters, “induziu a uma robusta resposta imune neutralizante na mucosa”. Isto seria, apontam os pesquisadores, o ponto chave para reduzir a propagação do vírus.

Os resultados do trabalho foram publicados na plataforma bioRxiv*, que reúne trabalhos ainda não revisado por pares.

De acordo com os pesquisadores, o desafio era criar uma vacina bem aceita pela população e com uma cadeia logística simples, eficaz na prevenção da doença e na transmissão dela.

Os cientistas usaram como base da vacina uma partícula semelhante ao coronavírus: envelopes (a capa que protege o material genético) derivados de retrovírus (e-VLPs) que foram desenvolvidos para gerar anticorpos neutralizantes. Como o sistema imune trabalha procurando possíveis estruturas perigosas para o organismo, este envelope seria adequado para estimular a  produção de anticorpos neutralizantes, afirmam os autores do estudo.

E para que estas estruturas semelhantes ao vírus não fossem degradadas ao chegar no estômago — por ser uma vacina de via oral — os pesquisadores utilizaram proteínas do parasita intestinal Giardia lamblia para gerar resistência ao processo de digestão.

No estudo, os cientistas também usaram vacinas injetáveis para comparar a eficácia do imunizante oral. Eles observaram que as vacinas injetáveis apresentaram bons níveis de indução de anticorpos. O resultado foi ainda melhor com a mostra que tinha proteínas de Giardia. Quando a vacina foi administrada de forma oral, as que não tinham a proteína de Giardia não demonstraram resposta imunológica, o que levou os autores do estudo a acreditarem que o composto tinham sido degradados na digestão.

Fonte: Globo
Créditos: Globo