Trump elogia conversa com Lula e diz que Brasil e EUA “se darão muito bem juntos”

Paraíba - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação nesta segunda-feira (6) em seu perfil na Truth Social, rede social de sua propriedade, para comentar a videoconferência que teve pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O diálogo marca uma reaproximação diplomática entre os dois países e ocorreu duas semanas após um breve encontro entre os líderes na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.

“Esta manhã, tive uma ótima conversa telefônica com o Presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa, nossos países se darão muito bem juntos!”, escreveu Trump, em tom elogioso.

A conversa, segundo o Palácio do Planalto, durou cerca de 30 minutos e abordou principalmente temas econômicos e comerciais. O diálogo foi classificado por ambos os lados como “produtivo e positivo”, reacendendo expectativas de cooperação bilateral.

Lula fala em “restauração das relações amigáveis”

Pelas redes sociais, o presidente Lula também se manifestou sobre a conversa, descrevendo o contato direto com Trump como uma oportunidade para restaurar as relações amistosas de 201 anos entre Brasil e Estados Unidos, as duas maiores democracias do Ocidente.

“Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”, afirmou Lula em sua conta oficial no X (antigo Twitter).

O presidente brasileiro aproveitou para defender os interesses comerciais do país e mencionou a chamada “guerra tarifária” imposta por Trump. “Recordei que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os EUA mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, escreveu.

Negociações e novos encontros

Segundo Lula, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O presidente brasileiro também afirmou que há a possibilidade de um encontro presencial ainda neste mês, durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que será realizada na Malásia a partir de 26 de outubro.

“Nós concordamos em nos encontrar pessoalmente em breve. Sugeri a possibilidade de encontro na Cúpula da ASEAN, na Malásia; reiterei o convite a Trump para participar da COP30, em Belém; e também me dispus a viajar aos EUA”, declarou Lula, que estava acompanhado do assessor especial Celso Amorim e do ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira.

O diálogo entre Lula e Trump marca um gesto diplomático importante em meio a um cenário de disputas comerciais e busca de recomposição das relações internacionais do Brasil.