"Terrivelmente evangélico"

Senado trava indicado de Bolsonaro ao STF e presidente do STJ é sugerido para vaga

Nome de Mendonça enfrenta resistências no Senado; ele já foi chamado por Bolsonaro de "terrivelmente evangélico"

Após os ataques do presidente Bolsonaro (sem partido) a ministros do Supremo Tribunal Federal e o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes levado ao Senado pelo chefe do Executivo, a retaliação, inclusive de aliados, começou dentro do Senado. Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado e que agora preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), suspendeu a sabatina do indicado por Bolsonaro a vaga no STF, André Mendonça, advogado geral da União.

A vaga em aberto é do recém aposentado Marco Aurélio Mello. Agora, senadores começam a fazer um movimento para que o presidente troque a indicação e dê a oportunidade ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins. O nome de Mendonça enfrenta resistências no Senado desde o início. Ele já foi chamado por Bolsonaro de “terrivelmente evangélico”.

Senadores governistas e independentes mandaram um recado ao Palácio do Planalto, afirmando que o nome de Humberto Martins é o único possível de destravar a sabatina na CCJ, obrigatória para assumir a cadeira no STF, e ter aprovação na Casa, inclusive com voto da oposição. No entanto, o presidente segue irredutível e já avisou que não pretende desistir da indicação de André Mendonça.

O problema para Bolsonaro é que Humberto Martins é alagoano e adventista. Seu local de nascimento é o mesmo do senador Renan Calheiros (MDB) e ambos são amigos próximos. Calheiros é um dos principais rivais de Bolsonaro hoje, por ser relator da CPI da Pandemia no Senado e considerado aliado do ex-presidente Lula (PT). Por outro lado, Humberto também tem apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo e de parlamentares do MDB, partido que possui o líder do governo no Congresso e tem a maior bancada do Senado.

No início do processo, Humberto chegou a ser considerado pelo presidente e teve, inclusive a preferência de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), mas o presidente decidiu indicar Mendonça por ter afinidade com sua linha ideológica. A suspensão da sabatina do advogado-geral da União no Senado foi uma espécie de retaliação pelos ataques à Suprema Corte feitos por Bolsonaro. Só Alcolumbre tem o poder de indicar um relator e remarcar o processo.

Fonte: Polêmica Paraíba com informações da CNN
Créditos: Polêmica Paraíba