Convenção nacional

PSDB aprova fusão com o Podemos e tenta reagir à perda de protagonismo político

PSDB aprova fusão com o Podemos e tenta reagir à perda de protagonismo político

O PSDB aprovou nesta quinta-feira (6) a fusão com o Podemos durante convenção nacional realizada em Brasília. A decisão foi tomada por ampla maioria: 201 votos a favor, dois contrários e duas abstenções. Participaram da reunião integrantes do Diretório Nacional, senadores, deputados e representantes estaduais.

A união é uma tentativa de reestruturação da legenda tucana, que enfrenta um cenário de enfraquecimento político. Responsável por ocupar a Presidência da República por dois mandatos consecutivos com Fernando Henrique Cardoso e por protagonizar a polarização política com o PT nas décadas de 1990 e 2000, o PSDB hoje conta com apenas 13 deputados federais e três senadores. Recentemente, o partido perdeu nomes de peso, como os governadores Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), que migraram para o PSD.

Aprovação da Fusão PSDB-Podemos

A fusão ainda precisa ser aprovada pelo Podemos e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa é que o Podemos não imponha obstáculos ao processo. Diferente das federações partidárias, que têm validade limitada, a fusão é definitiva e tem como objetivo principal garantir a sobrevivência política diante da cláusula de barreira, que restringe o acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e TV.

Se confirmada, a nova legenda passará a contar com um fundo partidário estimado em R$ 90 milhões em 2025 — a quinta maior fatia entre os partidos —, além de uma bancada de 28 deputados federais (sétima maior da Câmara) e sete senadores (empatada com PP e União Brasil). Apesar da força parlamentar, a sigla manterá apenas um governador, Eduardo Riedel (MS), que já sinalizou intenção de deixar o PSDB.

Impacto e articulações futuras

Mesmo com a fusão, dirigentes tucanos afirmam que pretendem manter o nome e o programa do partido. Além disso, há planos para formar uma federação com outras siglas de centro, como Solidariedade, MDB e Republicanos. As articulações envolvem figuras influentes, como o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o ex-presidente Michel Temer (MDB).

Antes de fechar com o Podemos, o PSDB chegou a negociar fusão com o PSD e o MDB. As conversas, no entanto, não avançaram após o PSD demonstrar interesse em incorporar completamente o PSDB, o que resultaria na extinção da legenda tucana.