sob pressão

Presidente do Banco do Nordeste cai após pressão de líder do Centrão

Após pressão exercida pelo presidente do Partido Liberal-PL, Valdemar Costa Neto, líder do Centrão, o Conselho de Administração do Banco do Nordeste do Brasil destituiu o presidente da instituição, Romildo Rolim, e nomeou no lugar dele Anderson Possa, que fica no cargo interinamente.

Após pressão exercida pelo presidente do Partido Liberal-PL, Valdemar Costa Neto, líder do Centrão, o Conselho de Administração do Banco do Nordeste do Brasil destituiu o presidente da instituição, Romildo Rolim, e nomeou no lugar dele Anderson Possa, que fica no cargo interinamente. A decisão foi tomada ontem depois de Valdemar divulgar um vídeo em que pede a exoneração do presidente e de toda a diretoria do banco. O líder do Centrão, que foi condenado no processo do mensalão, indicou uma nova pessoa para ficar efetiva no lugar de Rolim: o engenheiro Ricardo Pinto Pinheiro. O nome está sob análise na Casa Civil da presidência da República, mas a tendência é que a indicação seja efetivada.

Em nota, o Banco do Nordeste informou que Possa, interino à frente da insrtituição, acumulará a chefia da diretoria de Negócios, que já comandava. A instituição tem outros cinco diretores, mas nem todos devem ser substituídos. O imbróglio no banco, segundo a “Folha de São Paulo”, veio à tona após Valdemar criticar um contrato assinado pelo banco que estava em vigor desde 2003. No vídeo divulgado na segunda-feira, 27 de setembro, o político deixou claro que a indicação da cúpula do órgão é do PL. Rolim, presidente exonerado, comandava o órgão desde 2018 e se manteve no cargo no ano passado com apadrinhamento do PL, sobretudo do líder do partido na Câmara, o deputado Wellington Roberto, da Paraíba.

Antes deste episódio, Valdemar havia publicado vídeo nos quais expôs publicamente divergências com outras bandeiras de Bolsonaro. O líder do Centrão divulgou um vídeo na semana passada em que criticou a proposta do governo de fazer leilão para privatizar os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. Antes, fez outro expondo a posição contrária do PL ao voto impresso defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e que foi derrotado em votação no Congresso. Na votação de agosto que rejeitou a adoção do voto impresso, os dois principais partidos do Centrão, PL e PP, foram cruciais para enterrar na Câmara a bandeira bolsonarista. Apesar de serem aliadas do presidente da República, as duas siglas deram apenas 27 votos a favor da medida, um tetço de suas bancadas. Outros 36 deputados dessas duas legendas votaram contra e 18 se ausentaram, o que, na prática, contou como voto contrário à PEC. Desta vez, o pedido de exoneração de Rolim e de toda a diretoria do banco teve como pano de fundo a vontade de Valdemar de trocar a cúpula do órgão e uma denúncia de supostas irregularidades, recebida pelo governo na gestão de recursos de um instituto contratado pelo BNB.

Bolsonaro recebeu notícias que foram publicadas no Ceará com a denúncia e cobrou explicações de Valdemar, Antecipando-se a uma decisão do Planalto, ele decidiu gravar um vídeo pedindo a demissão de toda a diretoria do banco. Segundo integrantes do Planalto, com a denúncia descobriu-se que a Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) contratada para gerenciar microcréditos, que fazem o dinheiro chegar à ponta e são estratégicos em momento eleitoral, é gerenciada por uma pessoa filiada ao PT, o que irritou ainda mais o presidente. O total de operações de crédito do BNB em 2020 foi de R$ 40 bilhões. Desse montante, R$ 15 bilhões foram em operações de microcrédito. Politicamente, o Planalto avaliou que essa era uma forma de o PT continuar controlando recursos que vão parar nas mãos das populações mais carentes. A Oscip é o Inec (Instituto Nordeste Cidadania). A entidade tem pessoas ligadas ao PT na gestão do órgão.

 

Fonte: Os Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba