Se o bater de asas de uma borboleta aqui no Brasil pode causar um furacão no Japão, não é surpresa que o bater das botas de Charlie Kirk está sendo importado como pauta no Brasil por afiliados da direita. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, encerrou o contrato com a gestora do Theatro Municipal, depois de a empresa se recusar a demitir um funcionário que criticou o influenciador trumpista assassinado.
O prefeito Nunes pediu à Procuradoria-Geral do Município para encerrar o contrato com a Sustenidos, depois que foi descoberto que a empresa tinha um funcionário que incentivava violência, algo que ele considerou “a gota d’água”. A prefeitura disse que está seguindo a lei e as normas administrativas para fazer a rescisão.
A decisão também atende ao Tribunal de Contas do Município (TCM), que desde 2023 acompanha um processo contra a Sustenidos e determinou o fim do contrato. O TCM deu 48 horas para que a prefeitura informe como será feito o chamamento público para escolher a nova organização que vai administrar o complexo.
O pedido de rescisão do contrato com a Sustenidos ocorreu após um funcionário da empresa, Pedro Guida, gestor de elenco, publicar no Instagram uma postagem que chamava o ativista conservador Charlie Kirk de “nazista” e viralizar. O episódio gerou reação de políticos bolsonaristas, que pressionaram pela quebra do contrato. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) contatou o prefeito, enquanto 26 vereadores, liderados por Adrilles Jorge (União Brasil), enviaram ofício pedindo a rescisão imediata. A Sustenidos inicialmente resistiu a demitir Guida, mas a Fundação Theatro Municipal afirmou ter solicitado seu desligamento após ser surpreendida pelo post.
Pronunciamento e troca de farpas
A Sustenidos declarou nesta segunda-feira (22) que a publicação feita por um de seus funcionários criticando o ativista americano Charlie Kirk não reflete a posição da empresa.
Questionado sobre a nota da Sustenidos, o prefeito Ricardo Nunes respondeu:
“Nada é com eles. Se o TCM fala para cancelar o contrato e fazer nova licitação, como não tem nada com eles?”