Rio de Janeiro

Polícia prende mulher suspeita de chefiar quadrilha que desviava doações de cabelo para pacientes com câncer

A edição deste domingo (25) do Fantástico, da Rede Globo, trouxe uma reportagem que mostra que uma mulher foi presa preventivamente suspeita de chefiar uma quadrilha que fazia comércio ilegal de cabelo. Gleice Milesi da Cunha se aproveitava das doações de cabelo, que deveriam ser confeccionadas para pessoas em tratamento do câncer, e vendia as perucas. Com os desvios, a investigada chegou a adquirir mais de 10 imóveis. A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Gleice em um motel da cidade.

Segundo as investigações, tudo começou em 2005. Na época, Denildes de Palhano, quem denunciou Gleice, teve um câncer de mama e, depois de curada, passou a participar de grupos de apoio a mulheres com a doença. Após quatro anos, ela conheceu a ONG Fundação Laço Rosa, que recebe cabelo doado e faz perucas para pessoas que passam por quimioterapia. Contudo, a advogada começou a suspeitar de que o local recebia muitas doações, mas poucas pessoas em tratamento de fato recebiam as perucas.

De acordo com as investigações, inicialmente feitas pela própria Denildes, na ONG, o cabelo era separado e entregue para Gleice, que fazia algumas perucas para a instituição, porém a maior parte das doações ficava com ela, que vendia as perucas. Gleice chegou a abrir uma fábrica, lojas e também passou a vender as perucas pela internet. Durante o processo de pesquisa, o câncer de Denildes voltou e a família pediu que ela esquecesse o assunto.

Durante a investigação, Gleice foi apresentada a Denildes como namorada de um amigo. Ela se fingiu de amiga, se aproximou de Gleice, até que ela confessou os desvios. Depois da confirmação, Denildes procurou a polícia e contou o que sabia.

Na operação, agentes foram a 13 endereços para encontrar Gleice. Nos locais, foram apreendidos mais de meia tonelada de cabelo humano, que em alguns casos estavam etiquetados com preço por quilo no valor de R$ 8,7 mil.

Na fábrica de Gleice, chamada de Fundação Terapia da Mulher, no Recreio, Zona Oeste do Rio, a polícia disse que não foi encontrada nenhuma peruca para doação, tudo estava etiquetado para venda. Nas lojas, os produtos não tinham nota fiscal e nem documentos que comprovassem a origem deles.

Em depoimento, Gleice se defendeu alegando que existe um contrato que diz que a cada quilo, duas perucas são doadas à Laço Rosa e uma peruca fica com a declarante, como forma de contraprestação.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba