A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), decretou situação de emergência em saúde pública no estado por causa do aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) entre bebês e crianças. Segundo o governo, o avanço da doença tem provocado superlotação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas e neonatais.
A declaração de emergência consta em decreto publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (28). A medida vale por 90 dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período, e determina a adoção de “todas as medidas administrativas necessárias” para conter a crise.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o estado registrou, desde o começo até o fim da semana passada, 2.544 casos de Srag. Desses, 1.746 acometeram crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, o que equivale a 68,7% do total.
Por volta das 15h, havia 82 crianças e bebês à espera de um leito de UTI. Dessas, 59 sofriam de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
O g1 entrou em contato com a SES para saber qual é a atual taxa atual de ocupação nas UTIs, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
Conforme o texto do decreto, as ações serão coordenadas pela SES, que poderá instituir “diretrizes gerais” para a execução das medidas e expedir normas complementares voltadas a garantir a assistência aos pacientes durante a situação de emergência.
Além disso, o decreto autorizou a ampliação da carga horária dos plantões para profissionais de saúde.
Período de sazonalidade
No estado, o período de sazonalidade da doença, quando a circulação de vírus respiratórios aumenta, ocorre entre os meses de março e agosto. A superlotação das unidades de saúde provocada pelo aumento no número de casos de SRAG em crianças é uma situação que tem se repetido em Pernambuco nos últimos anos.
Em maio de 2024, a fila de espera por um leito de UTI pediátrica chegou a ter mais de 150 pacientes. Na época, a secretária de Saúde, Zilda Cavalcanti, anunciou a destinação de mais de R$ 30 milhões para investimentos no atendimento de crianças com síndromes respiratórias.
A SES informou que, desde então, tem ampliado a rede pública com a abertura de leitos de terapia intensiva. Segundo o órgão, desde o começo de 2025, foram criadas 253 vagas em UTIs infantis.
A instituição disse, ainda, que reforçou as ações de telemedicina, com a realização de cerca de 812 consultas online por meio da Central de Regulação Estadual, para agilizar os atendimentos.
G1