machismo enraizado

Para 26% dos brasileiros, pai que fica em casa com filhos é "menos homem"

Apesar dos apelos cada vez mais frequentes pela igualdade de gênero dentro e fora de casa, homens que exercem papéis até então vistos como estritamente femininos ainda não conquistaram respeito de muitos brasileiros

Apesar dos apelos cada vez mais frequentes pela igualdade de gênero dentro e fora de casa, homens que exercem papéis até então vistos como estritamente femininos ainda não conquistaram respeito de muitos brasileiros.

Segundo estudo da Ipsos, realizado em parceria com o Instituto Global para a Liderança Feminina do King’s College London, um quarto dos brasileiros (26%) acredita que “um homem que fica em casa para cuidar dos filhos é ‘menos homem'”, uma opinião não diferente entre homens e mulheres.

Em uma pesquisa que envolve 27 países, a maioria dos entrevistados (75%) discorda que “um homem que fica em casa para cuidar de sus filhos é ‘menos homem'”, com exceção da Coreia do Sul (19%).

Entre os demais países, a discordância sobre a afirmação varia bastante sendo que na Sérvia (92%), Holanda (90%) e Colômbia (87%) observam-se os maiores percentuais de discordância sobre a afirmação. Mesmo sendo maioria, depois dos coreanos, os menores percentuais são verificados na Índia (55%), África do Sul (66%) e Brasil (66%).

Equilíbrio entre casa e trabalho

73% do total dos pesquisados são a favor das empresas e empregadores oferecerem flexibilidade para equilibrar o cuidado com as crianças e a vida profissional. Novamente os sérvios tomam a dianteira, com 90% dos entrevistados que concordam com a afirmação, seguidos pelos chilenos (83%) e colombianos (81%). Já no Brasil, 59% concordam.

Estamos quase lá?

Sérvia (73%), Espanha (63%) e Peru (60%) são os que mais acreditam que não está sendo suficiente o que está sendo feito para alcançar o direito de igualdade, já os italianos (15%), canadenses (37%) e suecos (37%) estão entre os menores percentuais, seguidos pelos brasileiros (39%).

Duas em cada cinco (39%) pessoas acreditam que discriminação contra mulheres que cuidam exclusivamente das crianças e do lar poderia terminar em 20 anos. Aproximadamente a mesma proporção (42%) respondeu que não acredita. Entre os países que acreditam que a discriminação terá terminado em vinte anos estão: Índia (59%), Malásia (55%) e Brasil (52%). Os menos confiantes são Hungria (24%), Rússia (23%) e Japão (14%). Entre os brasileiros os mais confiantes são os homens (55%), mais jovens (56%) quem ocupa cargo de decisão e liderança.

O estudo foi realizado em 27 países, com 18.800 entrevistados, sendo 1.000 brasileiros, entre os dias 21 de dezembro de 2018 e 4 de janeiro de 2019. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.

Fonte: Universa
Créditos: Universa