Prevenção

Outubro rosa: mamografia e autoexame facilitam diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura

 

Há três anos a catadora de recicláveis Josefa Izaura, de 54 anos, passou de voluntária a paciente do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP). Em 2017, durante um autoexame, percebeu a presença de um nódulo. Após a mamografia, descobriu que se tratava de um tumor maligno no seio direito. Josefa passou por sessões de quimio e radioterapia por um ano e meio. Na última quinta-feira (1°), ela fez a cirurgia de reconstrução da mama. Uma nova etapa que representa a cura após longo tratamento.

“Eu me sinto com mais fé e força para encarar a vida. Nesse período, além do grupo Mulheres Valorosas (através do qual faz doações mensais), o Grupo Renascer, que presta atendimento psicológico para quem está com câncer, me ajudou bastante. Minha expectativa é de poder retomar minha vida como antes. Depois da cirurgia, vou precisar passar por fisioterapia para reabilitação e espero voltar ao trabalho e às ações para ajudar outras mulheres que estejam passando pelo mesmo problema”, conta.

Após a perda da irmã, em 2019, por câncer de mama, Josefa passou a fazer o autoexame com frequência e a mamografia anualmente. A recomendação do Ministério da Saúde é fazer a mamografia de rastreamento entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. No entanto, em caso de histórico de câncer na família, o exame deve ser realizando entre intervalos mais curtos. “Por causa desse histórico familiar, eu já acompanhava e fazia exames com frequência. Além disso, tem a questão da idade, já que tenho mais de 50 anos, e ainda hipertensão e diabetes”, comenta.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o câncer de mama é o que mais causa morte entre mulheres e é também o mais comum, depois do câncer de pele. “A doença pode ser detectada ainda na fase inicial. E em grande parte dos casos, a descoberta precoce faz com que o tratamento seja iniciado o quanto antes, aumentando a possibilidade de cura”, destaca a coordenadora do serviço de mastologia do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), Denise Sobral.

Neste ano, durante a campanha do Outubro Rosa, o HCP faz uma parceria com o Hospital da Mulher do Recife (HMR). “As mulheres que fizerem a mamografia no HMR e tiverem algum indicativo de câncer já sairão com uma consulta agendada no Hospital de Câncer. Isso evita que elas saiam em busca de um especialista e ainda facilita acesso ao tratamento adequado o mais rápido possível”, comenta a coordenadora.

Pandemia
Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, o tratamento e as cirurgias não deixaram de ser realizados no Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP). “Os exames que são realizados para investigação clínica foram suspensos nos primeiros meses da pandemia, tanto na rede pública, como privada. E isso provocou algumas limitações em todo serviço de saúde. Mas o HCP não parou. Continuamos a atender prioritariamente quem já estava com diagnóstico e em tratamento. Ainda realizamos as cirurgias necessárias”, comenta Denise.

Desde o mês de julho, o serviço de agendamento foi retomado seguindo as regras sanitárias como prevenção à Covid-19, como distanciamento e uso de máscara por profissionais e pacientes. “É importante que todas as mulheres façam a mamografia e procurem um mastologista em caso de suspeita”, alerta.

A orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) é de não interromper o rastreamento e exames de rotina, considerados imprescindíveis para identificação do diagnóstico precoce, mesmo enquanto durar a pandemia. “No caso da mulher suspeitar de um nódulo palpável ela não deve postergar e buscar atendimento imediatamente para fazer o diagnóstico”, alertou a SBM, através de nota.

O agendamento da mamografia no HCP pode ser feito de segunda a sexta-feira, das 14h às 16h, através do telefone 3217.8188.

Informações importantes

Fatores de risco

– A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença. Estima-se que quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos.

– Obesidade e sobrepeso após a menopausa;

– Histórico familiar de câncer;

– Sedentarismo e inatividade física;

– Não ter tido filhos;

– Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;

– Consumo de bebida alcoólica;

– Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);

– Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Sintomas
– Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;

– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;

– Alterações no bico do peito (mamilo);

– Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;

– Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

Prevenção

– Cerca de 30% dos casos podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis:
Praticar atividade física;

– Alimentar-se de forma saudável;

– Manter o peso corporal adequado;

– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;

– Amamentar;

– Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

Benefícios da mamografia
– Encontrar o câncer no início permite um tratamento menos agressivo;

– Menor risco de morte por câncer de mama, em função do tratamento precoce.

Fonte: Diário de PE
Créditos: Polêmica Paraíba