OPINIÃO

O Evangelho segundo Bolsonaro - Por Marcos Thomaz

Para não me acusarem de tentar pagar de engenheiro de obra-pronta, querer bancar o profeta de acontecimento já passado, vou aqui relembrar o que já apontava há mais de ano.

Para não me acusarem de tentar pagar de engenheiro de obra-pronta, querer bancar o profeta de acontecimento já passado, vou aqui relembrar o que já apontava há mais de ano.

Exatamente no dia 27 de junho do ano da graça de 2020, eu trazia a Revelação…

Alto lá, “noves fora” as brincadeiras, não estou em delírio de “O Escolhido”, “Enviado Divino”, “Elo direto com o além” ou o que seja.

Deixa essa onda de charlatanismo para os “senhores da fé”.

Tenho nem envergadura moral para epifania, menos ainda “modos” para profecia, adivinhação…

Aí você deve procurar vassoura ungida “pra varrer o mal”, feijão maravilha contra Covid e todo tipo de panaceia que esses fariseus negociam embalados em fé cega e faca amolada….

Para o exercício de enxergar o óbvio nunca se precisou de milagre, curandeirismo. Só não via quem não queria.

Mesmo hoje, após discurso de redenção junto aos seus, tal qual o filho pródigo, as coisas conseguem ficar às claras para os fanáticos bolsonaristas.

“Porque eles estão cegos e querem viver na escuridão”, brada o pastor na praça pública, enquanto gira a bíblia no ar e é observado com desprezo pelos transeuntes.

Os fiéis da seita terraplanista ignoram a negação do líder, mesmo que ele tenha agido como fez Judas.

Arrependido do que disse no passado, negando ter demonizado o Centrão, se recusando a admitir que jogou os pares à fogueira apenas para se safar, Bolsonaro agora confessou em alto e bom som, tocou a clarineta para todos ouvirem entre os céus e a terra, que sempre permaneceu ali, desde a sua origem, a sua gênesis política.

“Eu sou do Centrão, eu nasci de lá”, pregou no deserto moral o líder da Nação.

O manto de santidade do Messias, que sempre esteve roto, maculado, violado, agora foi despudoradamente devassado… De vez.

Para defender o que convêm, justificar os pecados cotidianos, mas não ter que descer do trono, o mito brasileiro modifica até as escrituras, profana o sagrado.

E a Igreja, em transe, de pé, grita amém…

Meu Evangelho apócrifo para estes homens de pouca fé, já alertava, lá atrás, em linha tortas:

“Trago verdades, ó incautos!

Bolsonaro e o Centrão é uma versão profana da parábola do filho pródigo: “o bom filho a casa torna”

Nasceu, cresceu e é fruto dali. Lé com cré.

Como o próprio e os seguidores da seita adoram blasfemar:

“E conhecereis a verdade e ela vos libertará!!”

Recebam, hereges!!”

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba