a culpa é do estagiário!

No Twitter, Ministério da Saúde publica que maior ação contra a Covid-19 é o isolamento e depois apaga post

Texto contraria discurso do presidente Jair Bolsonaro, que defende medicamentos sem comprovação científica e é contrário ao isolamento social.

O Ministério da Saúde reforçou, pelo Twitter, que não existe remédio, vacina ou alimento que previna ou acabe com o novo coronavírus até o momento. A informação contraria declarações do presidente Jair Bolsonaro, que defende o uso de medicamentos sem comprovação científica para o combate da doença. A publicação foi apagada cerca de uma hora depois.

“Olá! É importante lembrar que, até o momento, não existem vacina, alimento específico, substância ou remédio que previnam ou possam acabar com a Covid-19. A nossa maior ação contra o vírus é o isolamento social e a adesão das medidas de proteção individual”, escreveu o perfil oficial Ministério da Saúde em resposta a uma seguidora que sugeriu o uso de Azitromicina para tratar a Covid-19.

O diálogo ocorreu em uma publicação da pasta que falava sobre a importância de pessoas com sintomas do novo coronavírus procurarem uma Unidade de Saúde para iniciar o tratamento precoce.

“Para combater a Covid-19, a orientação é não esperar. Quanto mais cedo começar o tratamento, maiores as chances de recuperação. Então, fique atento! Ao apresentar sintomas da Covid-19, #NãoEspere, procure uma Unidade de Saúde e solicite o tratamento precoce”, dizia a mensagem original.

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso de fármacos como Hidroxicloroquina e Azitromicina como forma de combate à Covid-19, contrariando especialistas e até mesmo integrantes do Ministério da Saúde.

No final de março, quando o Brasil registrava os primeiros casos de Covid-19, Bolsonaro escreveu que o tratamento com Hidroxicloroquina e Azitromicina “tem se mostrado eficaz” e que iria trazer “um ambiente de tranquilidade e serenidade ao Brasil e ao mundo. Oito meses depois, o País possui mais de 160 mil mortes decorrentes da doença.

Nos últimos meses, virou praxe que ministros e aliados de Bolsonaro anunciassem que estavam sendo tratados com os medicamentos após contraírem a doença. É o caso do ministro da Saúde,  Eduardo Pazuello, que chegou a ser internado no final de outubro por complicações decorrentes do novo coronavírus. Alguns dias antes da internação, Pazuello falou, ao lado de Bolsonaro, que tomou os remédios defendidos pelo presidente e que estava “zero bala”.

Após receber alta, no entanto, o ministro admitiu que o novo coronavírus é “uma doença complicada” e que é “difícil voltar ao normal”.

Histórico
Esta não é a primeira vez que o Ministério da Saúde se posiciona de maneira contrária ao discurso do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Em março, a pasta publicou no Twitter mensagens pedindo que as pessoas, independentemente da idade, evitassem sair de casa, para diminuir os riscos de contrair o novo coronavírus.

As postagens contrariavam a orientação de Bolsonaro, que, dias antes, defendeu a volta à normalidade e o isolamento apenas para pessoas com mais de 60 anos ou que tenham outras doenças e constituem o grupo mais vulnerável.

Fonte: O Globo
Créditos: O Globo