Eleições 2020

Sérgio Queiroz é nome mais viável para representar Bolsonaro na disputa pela PMJP; confira

O site O Globo publicou neste domingo (16) uma matéria onde apontava os prováveis aliados do presidente Jair Bolsonaro (Aliança Pelo Brasil) na disputa municipal de 2020. De acordo com a matéria, em João Pessoa, onde o presidente teve 54,8% dos votos válidos no segundo turno de 2018, há uma disputa acirrada no campo bolsonarista.

“O deputado estadual Cabo Gilberto Silva (PSL), que participa das articulações do Aliança no estado, tenta se viabilizar, mas o seu baixo desempenho na eleição de 2018, quando foi apenas o 31º mais votado para Assembleia local, é visto como empecilho”, diz o site.

O portal continua: “O pastor Sérgio Queiroz, secretário nacional de Proteção Global, cargo vinculado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, é visto como um nome mais viável”.

Em contato com o portal Paraiba.com.br, o religioso afirmou que prefere não comentar o assunto.

Damares torce contra
Durante passagem por João Pessoa, onde cumpriu agenda administrativa, a ministra da Mulher no último dia 26 de outubro, Damares Alves, concedeu entrevista exclusiva ao repórter Felipe Nunes, da Rádio Arapuan FM.

Durante a entrevista, Damares conversou sobre as eleições 2020 em João Pessoa e defendeu a permanência do secretário nacional de proteção global, Sérgio Queiroz, no Governo Federal, revelando uma torcida para que ele não se candidate na disputa do próximo ano.

Segundo a ministra, Queiroz tem tido um papel importante na missão que desempenha e uma eventual saída sua desfalcaria a equipe do presidente Jair Bolsonaro. “Por favor, não façam isso, deixem ele cuidar do Brasil”, declarou.

Nessa sexta-feira (25), Damares Alves participou de uma solenidade de reparação à memória da sindicalista Margarida Maria Alves, assassinada em 1983, na cidade de Alagoa Grande, no Brejo paraibano.

Leia:

Na disputa presidencial de 2018, foram os votos do Nordeste que impediram Jair Bolsonaro de obter uma vitória já conquistada no primeiro turno. No ano passado, os governadores da região que protagonizam duros incorporam o novo presidente e se consolidaram como um núcleo de oposição. Bolsonaristas, porém, enxergam na seleção municipal uma vez uma oportunidade de mudar, ao menos em parte, esse cenário.

As principais esperanças de fechar uma bolha da esquerda e do lado direito no nordeste estão nas cidades em que Bolsonaro venceu Fernando Haddad (PT) na disputa de 2018. Apesar da ampla vitória do petista na região no segundo turno da seleção (69,7% 30,3%), o atual presidente saiu melhor em três capitais: Natal , Maceió e João Pessoa .

Lideranças da esquerda dos estados dessas três cidades admitem que os candidatos a Bolsonaro são uma ameaça. Lembram, porém, que os aliados do presidente podem perder a dificuldade de viabilizar um novo partido, a Aliança pelo Brasil , e nas disputas internas dentro do próprio grupo pelo candidato a candidato. Colocam em dúvida também a disposição de Bolsonaro de se envolver nos pleitos.

Grandes centros
De maneira geral, o atual presidente teve um desempenho melhor nas capitais e nas grandes cidades das pequenas cidades do Nordeste, ou nas melhorias das perspectivas dos bolsonaristas nesses municípios.

– Quanto menor a dependência das políticas de assistência promovidas pelo Estado, maiores os votos no Bolsonaro. Também há rejeição dos indivíduos com renda maior, que concentra-se nas capitais, ao PT – explica o cientista político Ranulfo Paranhos, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Os aliados do presidente no Nordeste reconhecem que a conquista de uma capital na região seria importante para os planos futuros de Bolsonaro.

– A região é muito importante para a formação do partido e também para o futuro da direita conversadora no Brasil – diz o presidente da Embratur , Gilson Machado Neto, principal articulador da viabilização da Aliança no Nordeste.

– Certamente uma vitória em qualquer capital do Nordeste tem um peso maior porque a política foi feita para que os nordestinos apresentem uma simpatia maior pela esquerda e pelo PT – acrescenta o deputado estadual Cabo Bebeto (PSL), que trabalha pela criação da Aliança em Alagoas .

Para alimentar a esperança de ser candidato a novo partido de Bolsonaro em Maceió, caso uma legenda consiga obter o registro na Justiça Eleitoral com o tempo de poder disputar uma seleção. Policial militar, ele está no seu primeiro mandato.

Quando vinculado ao presidente em 2018, acabou sendo candidato a PSL na Assembleia local com melhor desempenho, com 31.573 votos, mas foi apenas o 12º colocado no computador geral.

Foi em Maceió que Bolsonaro conseguiu o seu melhor desempenho na disputa com Haddad no Nordeste. O candidato do PSL selecionado 61,6% dos votos válidos no segundo turno na capital alagoana e no petista, 28,4%. No estado como um todo, Haddad venceu por 59,9% a 40,1%.

Na disputa pelo governo, Renan Filho (MDB) foi reeleito em uma chapa que tinha apoio do PT, com 77,3% dos votos.

O bom retrospecto do presidente em Maceió faz até quem é o líder local da PSL, o partido com o presidente atual ou o atual presidente no ano passado, além da esperança de surfar a onda bolsonarista.

– A direita não pode ficar à espera de um partido que não vai ficar pronto. Entendemos que naturalmente esse voto virá para nós – diz Flavio Moreno, presidente do PSL local.

Maceió é comandada pelo PSDB. O prefeito Rui Palmeira está no segundo mandato e não pode mais concorrer. Ele tem incorporado o seu partido para definir um sucessor, o que pode facilitar o caminho dos bolsonaristas. Renan Filho deve apoiar o procurador-geral do estado, Alfredo Gaspar. O PT define seu candidato em uma prévia.

Em João Pessoa, onde o presidente teve 54,8% dos votos válidos no segundo turno de 2018, há uma disputa acirrada no campo bolsonarista.

O deputado estadual Cabo Gilberto Silva (PSL), que participa das articulações da Aliança no estado, tenta se viabilizar, mas o seu baixo desempenho na eleição de 2018, quando foi apenas o 31º mais votado pela Assembleia local, é visto como empecilho. O pastor Sérgio Queiroz, secretário nacional de Proteção Global, carga vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, é visto como um nome mais viável.

A Paraíba é governada por João Azevêdo, que se elege pelo PSB com o apoio do PT, mas o chapéu com o partido e vai ingressar na Cidadania. O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) deve concorrer à prefeitura de João Pessoa. O atual prefeito Luciano Cartaxo (PV) ainda não selecionou quem irá apoiar.

Em Natal, o grupo que trabalha para criar a Aliança conta com um deputado federal, o General Girão (PSL), que tenta colocar como candidato:

– Pretendo cumprir meu mandato. Mas se houver um pedido, poderemos avaliar.

Bolsonaro teve 53% dos votos válidos na cidade no segundo turno de 2018. O estado ficou com a petista Fátima Bezerra.

Uma cúpula nacional do PT quer uma deputada federal mais jovem da sua bancada, Natália Bonavides, de 31 anos, como candidata, mas ela só admite entrar na disputa se houver uma ameaça real de vitória da direita.

– Sabemos quem Bolsonaro vai tentar uma ofensiva no Nordeste porque ele sempre entra em conflito com uma região na região – diz um petista parlamentar.

Fonte: Paraíba.com
Créditos: O Globo