
Uma pesquisa recente, divulgada no final de 2024 pelo Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e da OMS, revela que cerca de 60 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas de erro médico. O dado impressiona: equivale, proporcionalmente, à queda de um avião comercial por dia. Como resultado, o Brasil figura entre os países com maior número de ocorrências desse tipo no mundo.
Segundo o levantamento, os erros mais frequentes estão relacionados a diagnósticos equivocados e à administração incorreta de medicamentos. Além disso, falhas em procedimentos cirúrgicos e casos de negligência no atendimento hospitalar também se destacam entre as principais ocorrências. Diante desses dados, especialistas que participaram da pesquisa destacam que investimentos em infraestrutura e na capacitação contínua das equipes médicas são essenciais. Além disso, uma comunicação mais eficaz entre profissionais de saúde e pacientes seria fundamental para prevenir grande parte desses casos.
O estudo ainda revela que o número de ações judiciais por erro médico aumentou nos últimos anos. No entanto, muitos casos sequer chegam ao conhecimento da Justiça.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil tem hoje mais de 500 mil médicos ativos. Embora a maior parte atue com responsabilidade e ética, os profissionais de saúde cumprem um papel fundamental. No entanto, o sistema de saúde, tanto público quanto privado, ainda apresenta falhas estruturais que contribuem para o aumento dos riscos à vida dos pacientes.
Organizações da sociedade civil e conselhos profissionais defendem, por isso, a criação de programas de monitoramento sobre eventos adversos nos hospitais. Da mesma forma, cobram mais transparência nesses processos. Além disso, propõem campanhas permanentes de formação ética e técnica dos profissionais da saúde.
MEDIDAS PREVENTIVAS
1. Mantenha um histórico médico atualizado
- Liste todas as doenças pré-existentes, alergias, cirurgias e medicamentos (inclusive suplementos).
- Leve esse histórico para consultas e internações.
2. Tenha atenção com os medicamentos
- Pergunte o nome do remédio, a dose, a frequência e os possíveis efeitos colaterais.
- Confirme se há risco de interação com outros medicamentos que você já usa.
3. Sempre peça explicações
- Não entendeu algo? Pergunte. Médicos devem explicar diagnósticos, exames e tratamentos de forma clara.
- Peça para repetir ou desenhar se for o caso.
4. Confirme antes de qualquer procedimento
- Verifique se o nome do paciente, o procedimento e a parte do corpo estão corretos.
- Confirme jejum, alergias e outros detalhes com a equipe.
5. Busque uma segunda opinião quando necessário
- Em casos graves, cirurgias ou diagnósticos duvidosos, vale a pena ouvir outro profissional.
6. Tenha um acompanhante
- Um acompanhante atento pode perceber algo que você não viu ou lembrar de informações importantes.
7. Leia atentamente os documentos antes de assinar
- Em caso de dúvidas, peça para o profissional explicar com calma.
8. Observe os cuidados com higiene
- Profissionais devem lavar as mãos antes de tocar em você.
- Ambiente e instrumentos devem estar limpos.
9. Use aplicativos ou carteiras digitais de saúde
- Eles ajudam a organizar exames, receitas e lembretes de medicação.
10. Prefira hospitais e clínicas com boa reputação
- Verifique se são bem avaliados, certificados e se têm bons protocolos de segurança.