Nesta terça-feira

Na ONU, Lula critica sanções de Trump, defende Judiciário e regulação das redes sociais

Sem citar diretamente o ex-presidente norte-americano, Lula classificou as medidas como uma agressão à soberania nacional e à democracia brasileira.

Na ONU, Lula critica sanções de Trump, defende Judiciário e regulação das redes sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (23), em discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que “não há justificativa” para as sanções impostas pelo governo de Donald Trump contra o Brasil.

Sem citar diretamente o ex-presidente norte-americano, Lula classificou as medidas como uma agressão à soberania nacional e à democracia brasileira.

“Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. (…) Agressão contra o poder Judiciário é inaceitável. (…) Seguiremos como país soberano e povo unido contra qualquer tipo de ameaça”, declarou, sendo aplaudido pelo público presente.

Defesa do Judiciário e soberania

No discurso, Lula ressaltou que o Brasil não aceitará interferências externas em decisões internas, especialmente relacionadas ao Judiciário. O presidente frisou que o país manterá sua independência nas relações internacionais e seguirá atuando pela cooperação entre as nações, sem abrir mão da autonomia.

Regularização das redes sociais

Na ocasião, o presidente brasileiro reforçou a importância da regulação das redes sociais.

“Regular não é restringir a liberdade de expressão, é garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim também no mundo virtual”, afirmou.

Segundo Lula, ataques à regulação servem para “encobrir interesses escusos”. Nesse contexto, Lula defendeu a atuação do parlamento brasileiro na discussão do tema e falou sobre a promulgação do texto sobre a “adultização”.

Recado a Trump e tarifas comerciais

Embora não tenha citado nominalmente Trump, Lula fez referência às tarifas contra produtos brasileiros impostas pelo republicano, classificando a medida como injusta e prejudicial às relações comerciais.

Meio ambiente e Amazônia

Outro eixo central do discurso foi a agenda ambiental. Lula defendeu maior compromisso global na transição energética e cobrou financiamento dos países ricos para garantir a preservação da Amazônia.

Como anfitrião da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025, o presidente reafirmou que os países amazônicos são soberanos sobre seus territórios e criticou a presença militar dos Estados Unidos no Caribe.

Lula concluiu destacando que o Brasil quer ser protagonista na defesa do meio ambiente e da democracia, mas sem abrir mão da independência nacional:

“Não aceitaremos tutelas nem pressões externas. O Brasil dialoga de igual para igual com todas as nações.”