Uma moradora do interior de São Paulo conseguiu recuperar parte do prejuízo causado por apostas online após entrar com uma ação judicial contra uma empresa de apostas sediada na Paraíba. Diagnosticada com ludopatia, transtorno psicológico que causa dependência patológica em jogos, a mulher relatou ter perdido o controle e contraído dívidas superiores a R$ 24 mil em apostas realizadas na plataforma.
Mesmo ciente de seu quadro clínico, que inclui também depressão, ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo (TOC), ela afirmou à Justiça que não conseguiu cancelar sua conta na plataforma paraibana, apesar das tentativas feitas junto ao suporte técnico.
“Por favor, pelo amor de Deus. Preciso de ajuda. Estou sem controle. Tenho ludopatia e, quando estou em crise, acabo perdendo o controle nos jogos. Realizei vários empréstimos para jogar”, escreveu em um dos apelos registrados no processo.
Mesmo após os pedidos desesperados, a conta continuou ativa, e ela seguiu apostando compulsivamente.
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Justiça da Paraíba reconhece responsabilidade
A ação foi movida na Paraíba justamente porque a empresa responsável pela plataforma de apostas tem sede no estado. No processo, a autora sustentou que o Brasil vive uma “pandemia de jogos online” e acusou a empresa de não cumprir a legislação que exige mecanismos de proteção para jogadores vulneráveis, como o bloqueio voluntário de contas de dependentes.
Após inicialmente contestar a ação, a plataforma propôs um acordo para devolução parcial do valor perdido, o que foi aceito pela cliente e resultou no encerramento do caso. O montante reembolsado não foi divulgado.
Apostas online
O caso traz à tona o crescente impacto das plataformas de apostas no Brasil e o aumento de ações judiciais contra casas de apostas, muitas delas com sede na Paraíba, estado que se tornou um dos principais polos desse tipo de negócio.
Ludopatia e o impacto das apostas online
A ludopatia, ou transtorno de jogo compulsivo, é um distúrbio mental reconhecido pela OMS. A pessoa afetada sente um impulso incontrolável de apostar, mesmo diante de graves perdas financeiras, familiares e emocionais. O tratamento requer acompanhamento psicológico e, em muitos casos, uso de medicamentos.
