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Modelo denuncia assédio de fotógrafo: “Me pediu para ficar nua”

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma denúncia de assédio sexual feita pela modelo e enfermeira Jeniffer Melina Mendes Meneses, 24 anos, contra um fotógrafo do DF. A jovem registrou ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), na última terça-feira (8/6), que apura o caso.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma denúncia de assédio sexual feita pela modelo e enfermeira Jeniffer Melina Mendes Meneses, 24 anos, contra um fotógrafo do DF. A jovem registrou ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), na última terça-feira (8/6), que apura o caso.

O nome do fotógrafo, que tem um estúdio em Águas Claras, ainda não será divulgado pelo Metrópoles porque o processo está em fase de investigação, e a PCDF não apresentou denúncia formal contra ele, ainda em liberdade.

Nessa quarta (9/6), um dia após registrar a ocorrência na Deam, a jovem usou o próprio perfil na rede social Instagram para relatar o caso e estimular outras meninas que se encontram na mesma situação a também denunciarem o homem.

Segundo Jeniffer, tudo começou quando ele a procurou em março deste ano pelas redes sociais e perguntou se ela teria interesse em fazer parte da agência dele.

Jeniffer marcou um encontro pessoalmente no escritório do fotógrafo, que pediu que ela não estivesse acompanhada no dia da reunião.

“Eu fui, e ele me explicou que o intuito era ajudar, me fazer crescer. Como ele passava bastante credibilidade, a empresa existe desde 2008 e tem muitos seguidores nas redes sociais, acreditei. Na hora de fazer a avaliação, me pediu para ficar completamente nua e disse que era procedimento padrão. Não tenho problemas com ensaio nu feminino e não me importei naquele primeiro momento”, contou.

Após o primeiro ensaio, o agenciador assinou contrato com Jeniffer e prometeu para a modelo diversos trabalhos, tratamentos de beleza e matrícula em academia de ginástica. Porém, ele não arcou com os custos e pagou somente a primeira mensalidade da jovem. Neste momento, Jeniffer começou a desconfiar dele.

“Ele começou a dizer que eu precisava fazer ensaios nua. A orientação era para que eu me tocasse durante as sessões. Foi aí que eu disse que não iria me tocar e indaguei para quem eram as fotos. Ele disse que vendia para interessados e pessoas do meio político. Que eu iria conseguir muito dinheiro por cada foto, mas precisaria fazer de acordo com as exigências que ele estava pedindo”, denunciou.

Quando o fotógrafo percebeu a resistência da jovem em fazer o que ele pedia, optou por rescindir o contrato via e-mail.

Investigação

Ao desconfiar que outras mulheres também estivessem na mesma situação que ela e sofrendo abuso por parte do fotógrafo, a modelo contatou outras meninas da agência e descobriu não ser a única assediada.

“De cara, duas meninas me relatam que estavam sofrendo o mesmo assédio. Uma delas é menor de idade. Juntamos diversas provas e entregamos mais de 450 prints de conversas que ele mantinha com as agenciadas para a Delegacia de Atendimento à Mulher. Eu não sei onde foram parar as minhas fotos”, acrescentou.

Depois da denúncia, foi constatado que já existe outras duas denúncias contra o fotógrafo que atua no DF, relatando a mesma situação das modelos.

Exposição

Ao Metrópoles, a jovem reforçou que não ficará mais calada. Pontuou ainda que ao expor o caso nas redes sociais, já recebeu relatos de pelo menos outras 30 meninas que também sofreram assédio do empresário. Inclusive de jovens que chegaram a ser tocadas pelo homem.

“Estou muito triste e, por outro lado, aliviada. Jamais imaginaria que receberia tanto apoio e que as pessoas, de fato, acreditariam em mim. Eu vou registrar e espero Justiça. Vou até o fim para que isso não fique assim. A minha família está ao meu lado e nós vamos conseguir provar tudo.”

Ela também disse que o fotógrafo mandou mensagem para ela depois das publicações no Instagram. “Eu bloqueei ele. Não vou responder mais. Agora, só quero encontrá-lo perante a Justiça.”

Jeniffer diz ter resolvido expor o caso para que outras meninas possam enxergar o absurdo da situação e saibam se posicionar ao se depararem com atitudes como as relatadas por ela.

Empresa

O Instagram da empresa do suspeito tem mais de 43 mil seguidores e atua no mercado desde 2008. A reportagem tentou entrar em contato por telefone com o fotógrafo, mas não obteve retorno. As redes sociais são privadas e também não foi possível enviar mensagens. O espaço segue aberto para manifestação e defesa do fotógrafo.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba