Mandetta prevê 'megaepidemia' em 60 dias por causa da nova cepa espalhada a partir dos pacientes de Manaus

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, disse em uma entrevista à TV Cultura, que a variante do coronavírus identificada em Manaus pode provocar uma “megaepidemia” no Brasil em 60 dias.

Segundo ele, a transferência de pacientes da capital do Amazonas, que vive um colapso no sistema de saúde, para outros estados foi feita sem um “bloqueio de biossegurança”, e isso fará com que essa cepa do coronavírus seja plantada nos demais estados brasileiros.

“A quinta crise é essa história dessa cepa, dessa variante em Manaus, que o mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e o Brasil está, não só aberto normalmente, como está retirando paciente de Manaus e mandando para Goiás, mandando para a Bahia, mandando para outros lugares sem fazer os bloqueios de biossegurança. Provavelmente, a gente vai plantar essa cepa em todos os territórios da federação e daqui a 60 dias a gente pode ter uma megaepidemia”, disse durante a entrevista.

Manaus vive um colapso no seu sistema de saúde, e precisou transferir pacientes para outros estados quando passou a faltar oxigênio nos hospitais da cidade. A Paraíba, por exemplo, recebeu 17 pacientes vindos da capital amazonense.

Essa cepa foi identificada pela primeira vez no dia 9 de janeiro, em viajantes que chegaram ao Japão depois de passarem um período em Manaus. A nova variante já foi identificada na cidade de São Paulo e em vários países, como Itália, Estados Unidos, Japão e Reino Unido.

Crises enfrentadas durante a pandemia

Na entrevisa, Mandetta citou ainda cinco “crises” que o país enfrentou e enfrenta durante a pandemia do coronavírus. Foram elas: a sabotagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao sistema de prevenção; a defesa do uso da cloroquina por parte do presidente; pouco alcance de testagem para o novo vírus; e o discurso desestimulante de Bolsonaro quanto a vacinação. A quinta crise, segundo ele, é a variante do vírus.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba