óleo no litoral nordestino

Justiça apura se navio grego com óleo tentou contato com firmas no Brasil

Ao autorizar buscas e apreensão em duas empresas com sede no Rio, o juiz Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal de Natal, escreveu que o objetivo é apurar se o navio grego Bouboulina, suspeito de ter derramado óleo no Nordeste, tentou contato com empresas com quem teria acordos no Brasil.

Foram alvos da operação da Polícia Federal, em decorrência da autorização judicial, as empresas Lachmann e Witt O’Brien’s. As investigações apontaram vínculos entre essas firmas e a Delta Tankers, dona do navio mercante grego, que não tem sede no Brasil.

No despacho, o juiz escreveu que caso [os donos do navio] “tenham tentado ou mantenham contato com alguém no Brasil , este contato seria com aquele que costuma representá-los”.

A busca e apreensão, segundo o juiz, é necessária “porque há fortes indícios de que haja algum documento, informação ou dado no Brasil que possam colocar luz sobre as circunstâncias do crime, nos endereços em que tais empresas funcionam”.

A Lachmann representou a Delta no Brasil este ano nos meses de março, junho e setembro de 2019, e a Witt O’Brien’s, consultoria de gerenciamento de riscos, foi apontada como “indivíduo qualificado” relacionada a Delta Tankers. Mas a Witt O’Brien’s, em nota, negou que tenha prestado serviços para o navio ou para a proprietária da embarcação.

Experiência petroleira

A Witt O Brien’s tem experiência em desastres ambientais envolvendo o mercado petrolífero e atuou no episódio de vazamento de óleo da plataforma Deep Water Horizon, ocorrido em abril de 2010, no golfo do México, em águas norte-americanas.

O desastre da Deep Water é classificado como o maior derrame de petróleo de todos os tempos, tendo escapado da plataforma, de propriedade da BP (British Petroleum), 3,2 milhões de barris do produto.

Segundo a Witt O´Brien´s Brasil, a sede da empresa, nos EUA, é uma das grandes provedoras de serviço de prontidão para gerenciamento de emergências em navios nos Estados Unidos, mas seus contratos não guardam nenhuma relação com a empresa no Brasil. No país, a Witt O Brien´s alega que não atua neste ramo.

A Lachmann Agência Marítima afirmou em nota que não é alvo da investigação da Polícia Federal. “A agência foi tão somente solicitada pela Polícia Federal a colaborar com as investigações. A agência segue à disposição das autoridades para quaisquer informações adicionais”, diz o texto.

A empresa atua com navios de diversos armadores que escalam nos portos brasileiros, fornecendo serviços relacionados à entrada e saída nos portos, atendendo às normas dos órgãos brasileiros. Segundo o UOL apurou, a PF já deixou a sede da empresa.

 

Fonte: Uol
Créditos: Uol