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Janeiro teve a 4ª menor distribuição de testes na pandemia da Covid

Em meio ao avanço da variante Ômicron do coronavírus, causador da Covid-19, o Ministério da Saúde desacelerou a distribuição de testes para a doença. Janeiro terminou com o quarto menor volume desde o início da pandemia.

Em meio ao avanço da variante Ômicron do coronavírus, causador da Covid-19, o Ministério da Saúde desacelerou a distribuição de testes para a doença. Janeiro terminou com o quarto menor volume desde o início da pandemia.

A cepa Ômicron foi identificada no Brasil pela primeira vez em 30 de novembro de 2021.

No último mês, a pasta comandada por Marcelo Queiroga entregou às secretarias de Saúde 884.352 testes para o diagnóstico da Covid-19. O número é o mais baixo desde agosto de 2021, quando o órgão distribuiu 763.698 unidades.

Os dados foram analisados pelo Metrópoles, com base em material publicado pelo LocalizaSUS, plataforma de prestação de contas do Ministério da Saúde referente à pandemia.

O número foi registrado no mesmo mês em que o ministro prometeu entregar 14 milhões de testes em 15 dias. “Pedimos empenho dos municípios para fazer essa testagem e esses resultados serem enviados ao Ministério da Saúde”, frisou em 10 de janeiro.

A redução tem se mostrado constante. No mês passado, o Metrópoles mostrou que o volume de testes distribuídos pelo governo federal passou de 5,7 milhões de unidades em novembro para 2,7 milhões em dezembro.

A comunidade médico-científica é categórica: a testagem da população é uma das principais medidas para acompanhar o avanço das infecções por coronavírus e controlar o surgimento de novas variantes.

Veja os meses com as menores distribuições de testes para Covid-19:

Outubro de 2020 – 725.356
Agosto de 2021 – 763.698
Junho de 2020 – 766.200
Janeiro de 2022 – 884.352

Quando a testagem cai, a subnotificação de casos cresce. Com menos exames, o Brasil, que sempre testou muito pouco para a doença, dispõe de dados menos condizentes com a realidade para lidar com a disseminação do vírus.

O entendimento dos infectologistas é o de que a testagem consiste no instrumento mais adequado para a quebra da cadeia de transmissão em pessoas sem e com sintomas: se der positivo, o indivíduo é orientado a aderir ao isolamento.

Na prática, a iniciativa serve como subsídio para o tratamento dos acometidos pela enfermidade, para a identificação das variantes circulantes e para evitar que a transmissão avance sem controle.

Em 2021, o Ministério da Saúde distribuiu 37,3 milhões testes. Em 2020, o volume foi menor: 20,4 milhões. Desde o início da pandemia, o governo federal gastou R$ 2 bilhões com a compra desse tipo de insumo.

Aumento de casos

Sobretudo devido à variante Ômicron, o Brasil tem registrado um boom de casos de Covid, com recordes sucessivos.

A positividade de testes RT-PCR realizados na rede pública de saúde saltou de 3%, em dezembro de 2021, para 37% em janeiro de 2022. O número foi consolidado pelo Escritório de Testagem da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Laboratórios vinculados à Associação Brasileira de Medicina Diagnosticada (Abramed) realizaram quase 390 mil exames de Covid-19 na última semana de janeiro. Desse total, cerca de 60% deram positivo. Houve aumento na taxa de positividade. Na penúltima semana de janeiro, 57% dos exames tiveram diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Na ocasião, foram feitos 320 mil testes – crescimento de 18% no período.

Versão oficial

O Metrópoles perguntou ao Ministério da Saúde sobre a motivação da queda na distribuição de testes e como isso impacta no controle da pandemia.

A pasta não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto a esclarecimentos.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba