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Impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens e sua forma de atuação na Internet

O impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens também está entre os temas que foram discutidos no encontro, que aconteceu em 8 de novembro

Foto: reprodução da internet / imagem ilustrativa

O impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens também está entre os temas que foram discutidos no encontro, que aconteceu em 8 de novembro

Como as redes sociais interferem na saúde mental dos mais jovens? Quais os limites entre liberdade de expressão e conteúdo agressivo no ambiente digital? Quais são os riscos e pontos de atenção para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes, quando se faz uso de plataformas digitais para atividades de ensino e aprendizagem? Essas e outras questões foram abordadas por especialistas brasileiros no dia 8 de novembro durante o 6º “Simpósio “Crianças e Adolescentes na Internet”, evento on-line e gratuito.

As discussões do encontro foram baseadas em três eixos principais: bem-estar on-line; proteção de dados de crianças e adolescentes na Internet, e como preservá-los dos riscos e perigos no ambiente digital. Direcionado a educadores, mães, pais, responsáveis, psicólogos, pediatras, advogados e demais interessados, o Simpósio é promovido e realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), com correalização do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da FGV Direito SP (CEPI FGV Direito SP), do Instituto Alana e da SaferNet Brasil, e teve como objetivo debater o uso consciente e responsável da rede pelos jovens.

Segundo a Pesquisa TIC Kids Online, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação do NIC.br (Cetic.br|NIC.br), 76% dos usuários com idades entre 9 e 17 anos acessavam a Internet mais de uma vez por dia e 43% das crianças e adolescentes viram alguém ser discriminado no ambiente digital. “Temos observado um aumento no envolvimento desses jovens em situações que envolvem ofensas virtuais. É preciso combater a ideia de que a Internet é uma ‘terra sem lei’, e que ofensas e conflitos podem ocorrer no mundo virtual, sem que haja consequências. A pandemia COVID-19 intensificou ainda mais a presença digital de crianças e adolescentes, aumentando consequentemente sua vulnerabilidade. Diante disto, eventos como o Simpósio são imprescindíveis para a reflexão e discussão sobre como promover um ambiente on-line mais seguro para os jovens”, afirma Kelli Angelini, gerente da Assessoria Jurídica do NIC.br e coordenadora do encontro.

Além das solenidades de abertura e de encerramento, o 6º Simpósio “Crianças e Adolescentes na Internet” contou com quatro painéis e um debate sobre a necessidade de as instituições de ensino se adequarem à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Confira abaixo uma síntese de cada um deles.

Painel 1 – Plataformização da educação: riscos e pontos de atenção para os direitos de crianças e adolescentes – das 9h30 às 10h40

A ideia deste painel foi discutir os impactos positivos e negativos do uso de plataformas digitais para atividades de ensino e aprendizagem, cuidados que devem ser tomados, riscos e consequências.

“Com a pandemia, várias escolas e universidades adotaram plataformas de educação de grandes empresas ou startups. Ainda que elas tragam funcionalidades importantes para o ensino, precisamos nos perguntar sempre sobre segurança, uso dos dados e o respeito aos direitos de quem usa, principalmente crianças e adolescentes. É isso que discutiremos”, diz Marina Feferbaum, coordenadora do CEPI FGV Direito SP.

Participaram deste painel: Cláudio Furtado (Secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba – SEECT/PB), Daniela Costa (Cetic.br|NIC.br), Fernanda Martins (InternetLab), Janaína Diniz (Professora da UEMG) e Leonardo Gmeiner (CEO da School Guardian e líder do Comitê de Educação da Abstartups). A moderação será feita por Stephane Lima (Professora da UNDB).

Painel 2 – Internet, pandemia e o bem-estar de crianças e adolescentes: quais são os impactos com base nas evidências? – das 10h45 ao meio-dia

A relação entre saúde mental, uso de redes sociais e pandemia é o tema central dessa discussão, na qual foram apresentados dados sobre saúde mental de adolescentes e jovens, quais são as possíveis relações entre bem-estar e uso das redes sociais e como essa discussão se tornou ainda mais relevante no contexto da pandemia.

“Saúde mental e bem-estar são um dos pilares fundamentais para garantir a proteção de adolescente e jovens nas redes sociais, e no contexto da pandemia, essa preocupação se tornou ainda mais relevante. Por isso é tão importante avançar nessa discussão com base em pesquisas, evidências e boas práticas, este painel pretende trazer uma discussão sobre o papel de diferentes setores para garantir que adolescentes encontrem nas tecnologias mais oportunidades e benefícios para seu bem-estar”, afirma Juliana Cunha, psicóloga e Diretora da SaferNet Brasil.

Gabriel Recalde (Instagram), Joana Fontoura (UNICEF Brasil), Nara Andrade (UFJF/Harvard) e Thaís Mothé (Pesquisa PeNSE – IBGE) foram os nomes confirmados para esta atividade, que teve a moderação de Juliana Cunha (SaferNet).

Painel 3 – O envolvimento de crianças e adolescentes em xingamentos e ofensas na Internet: diferença entre liberdade de expressão e agressão – das 14h às 15h10

O painel levantou reflexões importantes sobre o papel da sociedade e dos pais na educação, orientação e prevenção a ataques e situações conflituosas na Internet, como os chamados “cancelamentos virtuais”. A discussão abordou ainda os limites entre liberdade de expressão e conteúdo que possa ser considerado agressivo.

Participaram do painel: Alexandre Pacheco (CEPI FGV Direito SP), Daniela Machado (Instituto Palavra Aberta), Monica Guise Rosina (Facebook) e o moderador Juliano Cappi (NIC.br).

Painel 4 – Impactos da tecnologia para estudantes da educação básica – das 15h15 às16h25

Esse painel falou sobre os desafios do ambiente on-line e como as tecnologias revolucionaram a forma de ensinar e a aprendizagem, e quais são as consequências positivas e riscos dessa modernização.

“A cada ano que passa o Simpósio ganha mais relevância porque o ambiente digital está cada vez mais presente em diversos aspectos da vida de crianças e adolescentes. No campo da educação, com a aceleração digital gerada pela pandemia, debates sobre o acesso e educação para as mídias, dentre outros, também são urgentes. Temos todos, sociedade, famílias, escolas, empresas e Estado a responsabilidade de garantirmos, com prioridade absoluta, os direitos fundamentais na infância e adolescência, de maneira que o melhor interesse das crianças e dos adolescentes seja garantido também no ambiente online”, ressalta Isabella Henriques, diretora executiva do Instituto Alana.

Débora Garofalo (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo), Fábio Campos (Doutorando em Ciências da Aprendizagem na Universidade de Nova York) e Lucia Dellagnelo (Diretora-presidente do CIEB), foram as especialistas já confirmadas nessa discussão, que será moderada por Raquel Franzim (Instituto Alana).

Debate LGPD e escolas: por que é necessário se atentar à proteção de dados de crianças e adolescentes? – das 16h30 às 17h40

A atividade final do Simpósio ampliou o diálogo para a conceitualização, adequação, consequências, necessidades e entendimento da LGPD pelas instituições de ensino, para que saibam como se adequar à legislação. Será destacada, ainda, a importância dos prestadores de serviços como transporte escolar e empresas de alimentação também estarem em conformidade com a lei.

“A LGPD está em vigor há pouco mais de um ano, passando a valer, inclusive, para aplicação de sanções e de multas para todas as empresas que utilizam e tratam dados pessoais, como as escolas. Ainda assim, notamos que há instituições de ensino que não estão certas sobre a necessidade ou não de revisar suas políticas para se ajustarem à lei. Queremos, com esse debate, mostrar a importância dessa adequação e como elas podem fazer isso”, comenta Kelli Angelini.

Foram debatedoras nesta atividade do evento: Chiara de Teffé (Doutoranda em Direito na UERJ), Grace Gonçalves (Colégio Miguel de Cervantes), Karolyne Utomi (KR Advogados, Consultoria Kaosu e Instituto Kaosu), Maria Melo (Instituto Alana) e Marina Meira (Data Privacy Brasil). Priscila Gonsales, do Educadigital, fará a moderação do debate.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba