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Hidroxicloroquina encalha no Exército, apesar de defesa do 'kit Covid'

Apesar de esforços do governo de Jair Bolsonaro (PL) para boicotar diretrizes de tratamento anti-kit Covid, os lotes de hidroxicloroquina doados por Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, deixaram de servir ao combate à pandemia no SUS.

 

De 3 milhões de comprimidos que chegaram ao Brasil em junho de 2020, menos de 1 milhão foi aplicado contra o novo coronavírus.

No Exército, 745 mil doses da droga estão encalhadas. Cerca de 255 mil unidades haviam sido distribuídas a hospitais militares para o tratamento sem eficácia.
Jair Bolsonaro segura uma caixa de cloroquina, em frente ao Palácio da Alvorada, após seu teste dar positivo para Covid-19 Reprodução da página de Jair Já o Ministério da Saúde, que teve 2 milhões de doses da hidroxicloroquina de Trump em mãos, destinou cerca de 600 mil comprimidos para cidades que pediram a droga contra a Covid.

Depois, a pasta mandou o restante (1,4 milhão de unidades) para o combate a doenças previstas na bula, como lúpus e artrite reumatoide.
Mesmo após parar de distribuir a droga no SUS contra a pandemia, o governo insiste em não se posicionar contra o uso desses medicamentos e Bolsonaro segue distorcendo dados para estimular o uso do chamado “kit Covid”.

O Ministério da Saúde rejeitou, em janeiro, diretrizes de tratamento para a crise sanitária que contraindicavam essas drogas.

O secretário de Ciência e Tecnologia da pasta, Hélio Angotti Neto, ainda assinou nota que defendia a hidroxicloroquina e afirmava que as vacinas não têm segurança e eficácia.

 

 

As diretrizes sobre a Covid-19, se aprovadas, não teriam poder de proibir médicos de utilizarem medicamentos sem eficácia, mas representariam uma mancha às bandeiras negacionistas de Bolsonaro. Isso porque o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, passaria a reconhecer as orientações contrárias ao chamado tratamento precoce.

 

 

A ideia do governo era usar a hidroxicloroquina enviada pelo governo dos EUA e pela farmacêutica Sandoz como pilar da política de combate à Covid-19 a partir do segundo semestre de 2020.

 

 

A aposta para o período anterior da crise sanitária havia sido a cloroquina (medicamento de efeito parecido, mas composição diferente) feita no Laboratório do Exército ou desviada do programa de malária do SUS. Mais de 5,4 milhões de unidades do medicamento foram entregues no SUS, mesmo sem eficácia.

 

 

Mas os lotes de hidroxicloroquina enviados ao Brasil pelo governo Trump a Bolsonaro encontraram barreiras para serem despejados na rede pública.

 

 

A carga chegou ao país dividida em tubos com 100 comprimidos. O governo precisou de aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para fracionar a droga em caixas menores e repassou o custo da operação aos estados e municípios que pedissem os medicamentos.

 

 

Gestores públicos ainda perderam o interesse no tratamento com o chamado kit Covid, apontado como ineficaz por sociedades médicas especializadas e entidades como a OMS (Organização Mundial de Saúde) poucos meses após o começo da pandemia.

 

 

A distribuição dos medicamentos ainda virou alvo de apurações de órgãos de controle, MPF (Ministério Público Federal) e de ações no STF (Supremo Tribunal Federal).

Fonte: Noticias ao minuto
Créditos: Polêmica Paraíba