no Mato Grosso

Empresária morta em explosão era experiente com dinamite e fazia engenharia

A empresária e estudante morreu na explosão de um garimpo em Guarantã do Norte (MT), na manhã desta sexta-feira (20).

Uma das poucas mulheres atuando como bláster no país, como são chamados os que possuem licença para manusear explosivos, a cuiabana Daniella Trajano Dalffe, de 28 anos, sonhava em concluir o curso de engenharia de minas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para trabalhar na empresa dos pais. A empresária e estudante morreu na explosão de um garimpo em Guarantã do Norte (MT), na manhã desta sexta-feira (20). Além dela, Mário Lucier Caldeira, de 49 anos, também faleceu no acidente.

Ao UOL, a amiga de adolescência Saruy Virgínia Moraes, de 27 anos, conta que Dani, como era chamada pelos mais próximos, vivia a melhor fase da vida e estava muito animada com o curso de Engenharia de Minas. “Ela era blaster, uma das únicas mulheres atuantes nessa área no Brasil. Atuava nisso há anos e adorava. Gostava muito dessa área de detonações. Sempre postava o trabalho no Instagram”, conta.

Um dos maiores planos de Dani era ser engenheira de minas na empresa dos pais, que eram donos de uma companhia atacadista de bombas e compressores.

Fora do trabalho, Dani era conhecida pelo sentimento que tinha pelos pais e pelos sobrinhos. “Ela tinha dois irmãos e três sobrinhos pequenos, que eram os ‘xodós’ dela. Ela amava crianças, era super mãezona de todo mundo. Inclusive das amigas”, revela, o que a conferia papel cativo junto às amizades. “Todas as amigas chamavam ela para batizar. Ela era incrível, adorava cozinhar para os amigos, adorava música, festas e viajar. Viajamos juntos com um grupo de amigos recentemente, foi muito gostoso e divertido”, lembra.

Na noite de ontem, Saruy e amigos mais próximos de Dani foram para a casa dos pais dela, em Cuiabá (MT), ajudar com as questões burocráticas do velório. Para ela, a sensação é de que a amiga fosse entrar pela porta da residência a qualquer momento.

Elas se conheceram ainda no ensino fundamental, quando cursavam a 8ª série. Desde então, Saury afirma que não se “desgrudaram mais” e costumavam dizer que eram irmãs. As duas eternizaram a relação na pele, por meio de tatuagens após as viagens que faziam juntas. “Os pais dela eram praticamente meus pais. Vivíamos na casa dela. Estou na casa deles, fiquei aqui o dia todo [ontem]”, conta.

O bom humor e a prestatividade da garota, que gostava de pescar com o pai e era considerada o elo do grupo de amigos, era elogiado por todos. “Vou sentir falta da companhia dela, da alegria. Ela era super engraçada e alegre. Nossos finais de semana nunca mais serão iguais sem ela”, lamenta Saruy. “Era parceira para todas as horas”.

Explosão

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta de 8h para atender uma ocorrência no local conhecido como Serrinha, a 18 km de Guarantã do Norte (MT). Tratava-se de uma explosão de dinamite em um garimpo local. A área precisou ser isolada por conta da grande quantidade de material explosivo e dois corpos, parcialmente carbonizados, foram localizados.

Em nota, a polícia informou que uma equipe da GOE (Gerência de Operações Especiais) foi para Guarantã do Norte para “análise de risco e manuseio dos explosivos”. Um inquérito policial será instaurado para apurar a origem das dinamites e circunstâncias do incidente.

 

Fonte: Uol
Créditos: Uol