vida saudável

EFEITO TERAPÊUTICO E ANALGÉSICO: uso da cannabis entre esportistas tem crescido e se popularizado - ENTENDA

No último dia 19 de fevereiro foi comemorado o Dia do Esportista, uma data criada com o objetivo de homenagear, conscientizar as pessoas e incentivar a prática de esporte como uma ferramenta para garantir uma vida mais saudável.

No último dia 19 de fevereiro foi comemorado o Dia do Esportista, uma data criada com o objetivo de homenagear, conscientizar as pessoas e incentivar a prática de esporte como uma ferramenta para garantir uma vida mais saudável.

Esportista inclui desde aqueles que praticam alguma modalidade esporadicamente, até os que fazem do esporte sua profissão, sendo comum a todos eles justamente a adesão a este estilo de vida, que acaba incluindo outros tipos de cuidados. Consumir comidas gordurosas, bebidas alcoólicas e até evitar fazer o uso de remédios, são alguns dos exemplos de práticas que eles geralmente evitam. Mas e a cannabis? Será que esportistas podem fazer o uso dela?

Até 2018 o cannabidiol (CBD) fazia parte da lista de substâncias proibidas pelas WADA – World Anti-Doping Agency (Agência Mundial Antidoping), o órgão máximo responsável por fazer o controle antidoping de atletas principalmente em grandes competições. Mas desde janeiro de 2018 foi retirado da lista tendo o seu uso liberado.

De lá até aqui o uso de CBD entre os atletas, sejam eles amadores ou profissionais, tem crescido e se popularizado cada vez mais, não só pelos benefícios que oferece a parte psicológica, mas também pelos seus efeitos terapêutico, analgésico, auxiliando nas dores musculares. O médico do esporte Adriano Lotfi é um dos profissionais de saúde que passaram a adotar o uso de CBD entre seus pacientes e reforças os seus benefícios.

“Eu utilizo estes produtos desde 2021, que foi quando eu busquei me aprofundar mais sobre o assunto e tenho percebido que vem crescendo bastante a procuro de esportistas por esse tipo de tratamento. Eu acompanho muitos atletas de fisiculturismo e no caso deles que tem uma dieta restrita há um aumento da irritabilidade, do stress e ansiedade e o CBD acaba ajudando. Além disso, é muito útil em outros aspectos por ser anti-inflamatório, protetor neuronal, para esportes de contato como as lutas, melhora a qualidade do sono e todas essas propriedades ajudam em uma melhor performance e recuperação celular como um todo”, avalia Lotfi.

A cannabis invade o esporte

Os Jogos Olímpicos do Japão de 2021, foi a primeira edição olímpica realizada após a liberação do CBD e contou com alguns atletas que fazem uso da substância por variados motivos. Daniel Chaves da maratona, por exemplo, após ter sido diagnosticado com síndrome bipolar depressiva encontrou na substância o tratamento mais eficaz garantindo o bem-estar mental que por consequência influencia no seu desempenho físico. No caso das jogadoras americanas de futebol Megan Rapinoe e Carli Lloyd contam com o CBD principalmente para lidar com as dores e recuperação física, sendo que Carli inclusive fez uso de medicamento canábico também para controlar uma inflamação, após ter passado por uma cirurgia no joelho.

Além dos atletas terem sido autorizados a fazer o uso da substância, outra mudança no cenário esportivo também foi em relação as marcas patrocinadoras, pois muitas empresas relacionadas ao mercado canábico tem aproveitado a oportunidade para realizar parcerias com os profissionais do esporte e ampliar a visibilidade dentro deste nicho. Os próprios atletas que antes buscavam não vincular suas imagens a determinados produtos que pudessem ser considerados “polêmicos”, atualmente não só acreditam nos benefícios destes produtos, como também investem neste segmento.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que teve a sua abertura no último dia 4 de fevereiro, o óleo de cannabidiol também tem marcado presença. Além de ser o segundo grande evento esportivo realizado após a retirada do CBD da lista de substâncias proibidas, permitindo que os atletas que participarem dessa edição também façam o uso, a planta aparece em outro formato, o de “cânhamo”. Nas pistas de skeleton e bobsled foram utilizadas fibras de cânhamo, no lugar das fibras plásticas, como reforço do concreto.

Entusiasta do tema, Bruno Magliari, um dos fundadores da Seeding Brasil, uma master service do mercado de cannabis, que nasceu em 2021 justamente com objetivo de desenvolver este mercado no país.

“O mercado canábico tem muito potencial para ser explorado e eu acredito que a liberação do uso de CBD para atletas foi um passo muito importante não só para ampliar este mercado, mas principalmente para desmistificar certos tabus que ainda existem, já que a comunidade esportiva carrega alguns valores como: saúde, disciplina, integridade e acabam servindo de exemplo para outras pessoas. Com isso todos tendem a ganhar, o público em geral que passa a ter mais informação, a ter acesso aos produtos canábicos e se beneficiar deles, os profissionais da saúde que também encontra novas possibilidades para tratar seus pacientes e o mercado de forma geral, com a possibilidade de novos negócios”, avalia Bruno

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba