nova fase

Doria permite reabertura restrita de lojas e shoppings na Capital Paulista

O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste), durante entrevista coletiva sobre medidas relacionadas ao coronavírus.

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (24) que prorrogará a quarentena por 15 dias, com flexibilização de acordo com setores do estado.

O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste), durante entrevista coletiva sobre medidas relacionadas ao coronavírus.

A nova fase da quarentena começará a partir do dia 1º de junho, dependendo dos índices. Mas o governo, na entrevista coletiva, ainda não informou se a reabertura já começará neste período.

De acordo com o mapa apresentado pelo governo, a capital paulista entrou na fase laranja, que permite abertura de vários tipos de negócios, inclusive comércios.

A decisão ocorre após tensão entre a administração municipal e estadual. Enquanto o comitê do governo cogitava colocar a cidade na zona vermelha, a gestão Bruno Covas (PSDB) considera que fez a lição de casa e conseguiu achatar a curva de contágio.

A Grande São Paulo e litoral ficaram na área considerada vermelha, onde não haverá reabertura ainda.

As regiões poderão evoluir ou não de fase, e poderá regredir se os indicadores mostrarem alguma regressão.

Para qualquer mudança, seja de avanço ou regresso de fase, a região precisará se manter pelo menos por 14 dias (um período de incubação completa) com índices estáveis.

Segundo o material apresentado pelo governo, a reabertura deverá ser feita por decreto pelos prefeitos das cidades observando também os planos regionais.

O prefeito Bruno Covas fez um discurso mostrando índices que, na avaliação da prefeitura, mostram a estabilização da doença na capital. Covas disse que começará nesta quinta (28) a tratar dos protocolos da retomada.

Questionado se haverá ou não reabertura, Covas afirmou que a partir do dia 1º a cidade começará a receber as propostas dos setores. Elas ainda terão que ser assinadas e só então os setores poderão reabrir, o que deve acontecer posteriormente.

De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, haverá o empoderamento dos prefeitos para ter liberdade para implementar as mudanças a partir do dia 1º de junho.

“Modelo pressupõe cada vez mais que os gestores municipais sejam responsáveis por esse processo”, disse.

Fases
Sem escolas, a nova fase da quarentena em São Paulo prevê cinco categorias graduais de isolamento, do mais ao menos rígido (vermelha, laranja, amarela, verde e azul). Os critérios para estabelecer a retomada tem duas balizas, a de saúde e a econômica.

Na laranja, a primeira graduação de afrouxamento, concessionárias, atividades imobiliárias, escritórios, o comércio de varejo e shoppings podem retornar, mas com restrições e adoção de protocolos de segurança.

Na sequência (e sob as mesmas condições), são autorizados também bares, restaurantes e salões de beleza; e concessionárias, imobiliárias e escritórios podem voltar a funcionar com restrições menores, atendendo apenas aos protocolos mínimos de higiene e prevenção.

A fase quatro, a verde, adiciona apenas as academias às atividades que podem funcionar com restrições.

Na última, a azul, todos os setores temáticos da economia, inclusive espaços públicos e eventos que permitam aglomeração, podem funcionar respeitando a protocolos mínimos de segurança e higiene.

Vale ressaltar que cinemas e eventos esportivos não possuem uma escala de funcionamento gradativo, ou seja, com maiores restrições, mas voltam direto na categoria azul, a “fase de controle da doença, liberação de todas as atividades com protocolos [mínimos de prevenção]”.

O setor educativo foi indicado como de alta vulnerabilidade econômica e, portanto, considerado de prioridade para o retorno, sendo classificado ao lado dos restaurantes, da economia criativa dos serviços de beleza e das academias.

No entanto, as escolas não responderão à mesma escala gradual de retorno, mas assim como os transportes, terá um plano específico, “a ser definido” e que não foi especificado na apresentação do governo.

Segundo o plano, cada região do estado será categorizada segundo diretrizes de atenção à capacidade do sistema de saúde e da evolução da epidemia.

Apesar de apresentar os índices que serão observados nessa classificação (por exemplo ocupação das UTIs e número de casos), o governo não explicitou quais serão os parâmetros de cada indicador para permitir (ou não) o retorno das atividades.

Cada setor da economia também terá protocolos próprios, disponíveis em um portal na internet.

Segundo o mapeamento do governo, todas as regiões de São Paulo estão, no momento, entre as bandeiras vermelha e amarela.

Cabe aos prefeitos dentro de cada uma das regiões decidir, por meio de decreto, reabrir suas respectivas economias segundo o plano de progressão do estado. Para isso, os municípios devem aderir aos protocolos de testagem e apresentar fundamentação científica para justificar a decisão.

Lockdown
Nesta semana, Doria já havia descartado um “lockdown” no estado neste momento.

“Ela vai levar em conta toda a regionalização de São Paulo, no interior, capital, região metropolitana, litoral. A decisão não será homogênea. Até agora foi porque precisava ser. Agora, podemos fazer heterogênea, seguindo orientação do comitê de saúde. Em áreas que definam flexibilização cuidadosa e em etapas, isso será levado em consideração. Onde não puder, não será.”

Inicialmente, o posicionamento da gestão Doria é que o lockdown seria usado se necessário. No entanto, a medida passou a ser afastada.

“‘Lockdown’ significa atestado de falência do sistema público de saúde. Quando você decreta o ‘lockdown’ é que você perdeu a capacidade de enfrentamento da epidemia. Não estamos ainda neste momento”, disse o coordenador do comitê contra coronavírus , Dimas Covas.

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Folha de S. Paulo