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DÓLAR EM QUEDA: Bolsa opera em alta de mais de 2%, e dólar cai a R$ 5,40, com foco em PEC dos Precatórios

A Bolsa de Valores opera em alta de mais de 2% e o dólar comercial opera em baixa de mais de 1% na tarde de hoje em meio a expectativas crescentes de que o Banco Central endurecerá o ritmo de seu aperto monetário devido às pressões inflacionárias domésticas.

A Bolsa de Valores opera em alta de mais de 2% e o dólar comercial opera em baixa de mais de 1% na tarde de hoje em meio a expectativas crescentes de que o Banco Central endurecerá o ritmo de seu aperto monetário devido às pressões inflacionárias domésticas. Vindo de quatro altas consecutivas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, mantém a tendência hoje, subindo 2,09% por volta das 13h40, registrando 108.183,77 pontos. Ontem, o índice teve valorização de 0,53%, fechando a 106.095,680 pontos.

Já o dólar, no mesmo horário, caía 1,70%, vendida a R$ 5,407. Ontem, a moeda norte-americana subiu 0,1%, fechando a R$ 5,50 na venda. O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Cenário

A movimentação de hoje vem depois de, na véspera, o real ter apresentado desempenho muito superior ao de alguns de seus principais pares emergentes, apesar da disparada internacional do dólar na esteira de dados de inflação mais fortes do que o esperado dos Estados Unidos.

Investidores atribuíram a resiliência recente da divisa brasileira a expectativas de que o Banco Central pode intensificar seu atual ritmo de elevação de juros, uma vez que dados domésticos sobre os preços ao produtor continuam a surpreender para cima. Ontem, o IBGE informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 1,25% em outubro, após alta de 1,16% no mês anterior, alcançando a maior variação para o mês desde 2002 (1,31%). Em 12 meses, a alta foi de 10,67%, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).

“Nossa avaliação é que o Banco Central precisa acelerar o ajuste da política monetária para evitar perder totalmente o controle sobre as expectativas, que já sinalizam perda da meta para a inflação em 2022”, disse a Genial Investimentos em nota. A meta de inflação para o ano que vem é de 3,5%, com margem de tolerância de 1 ponto percentual para mais ou para menos. A taxa Selic está atualmente em 7,75% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC promover alta de 150 pontos-base em seu último encontro.

Juros mais altos tendem a tornar o mercado de renda fixa doméstico mais atraente, consequentemente elevando a demanda pelo real. Investidores também estão de olho no noticiário em torno da PEC dos Precatórios. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que ficará a cargo da relatoria da proposta na Casa, afirmou acreditar que há chances de senadores manterem o texto aprovado pela Câmara. Ele não descartou, no entanto, que possa ser aprimorado.

Aprovada em segundo turno na terça-feira pela Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) modifica a regra de pagamento dos precatórios —dívidas do governo cujo pagamento foi determinado pela Justiça— e altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA. Em relatório desta quinta-feira, o Bradesco disse que “a aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara removeu parte das incertezas do cenário fiscal, mesmo com o prosseguimento da proposta no Senado, o que ajuda a explicar também a dinâmica dos mercados locais, especialmente curva de juros e taxa de câmbio.”

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: uol