"não sou negacionista''

CPI DA COVID: Hang dribla perguntas sobre Prevent e Bolsonaro e irrita senadores

Em depoimento tumultuado com brigas e críticas na CPI da Covid hoje, o empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, foi evasivo e driblou perguntas feitas pelos senadores sobre a operadora de saúde Prevent Senior.

Em depoimento tumultuado com brigas e críticas na CPI da Covid hoje, o empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, foi evasivo e driblou perguntas feitas pelos senadores sobre a operadora de saúde Prevent Senior —sob suspeita de série de irregularidades, inclusive de ter ocultado inicialmente a morte da mãe de Hang por covid-19— e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A atitude irritou parte dos senadores de oposição e independentes.

Hang confirmou possuir “duas ou três” contas bancárias no exterior, além de offshores em paraísos fiscais. Contudo, alegou que todo o seu patrimônio é legal e foi declarado à Receita Federal e negou financiar a disseminação de fake news de assuntos ligados à pandemia do novo coronavírus.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), porém, afirmou que a comissão tem indícios de que Hang usa contas no exterior para financiar fake news. O dono da Havan buscou justificar a existência de empresas em paraísos fiscais com a alegação de que isso seria uma estratégia financeira a fim de proteger de variações bruscas do dólar —tática conhecida como “hedge” no mercado financeiro.

Segundo documentos obtidos pela CPI e divulgados pela TV Globo na semana passada, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, acusado de espalhar fake news, conseguiu financiamento de Luciano Hang graças à ajuda do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Allan dos Santos, que é dono do canal conservador “Terça Livre”, é investigado em dois inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) por disseminação de fake news e ameaça e incitação ao crime contra autoridades.

No início da tarde, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou pedido para que a presidência da CPI solicite uma investigação sobre perfis nas redes sociais que estariam promovendo um “ataque sistemático por robôs” contra membros da comissão durante o depoimento de Luciano Hang. O pedido do senador foi aceito pela cúpula da comissão.

Dinheiro arrecadado para compra de kit covid

Aos senadores, Luciano Hang admitiu que fez campanha ao lado de empresários em Brusque (SC), sua cidade natal, para arrecadar dinheiro para a compra de medicamentos do kit covid. O empresário contou que o valor arrecadado foi doado a um hospital para que este comprasse os remédios —ineficazes contra a covid-19 de acordo com estudos científicos até o momento.

“Fiz, está na rede social. Fiz e doamos o dinheiro”, disse Hang.

Segundo o empresário, ele e colegas chegaram a ir a outros municípios que continham algum protocolo com o kit covid para “ver o que estava sendo feito nessas cidades que deu certo”. A CPI da Covid decidiu questionar o Ministério Público de Santa Catarina se este abriu algum tipo de procedimento sobre distribuição de kit covid, diante da situação.

Hang nega ser negacionista

No curto período em que não houve interrupções ou troca de farpas entre os membros da comissão, Hang disse não ser negacionista e recusou a tese, defendida pelos senadores da oposição, de que teria atuado no chamado gabinete paralelo —estrutura de aconselhamento informal do presidente Jair Bolsonaro, um dos objetos de investigação do colegiado, à revelia do Ministério da Saúde.

VEJA VIDEO:

https://youtu.be/AUkh48tmz7c

Fonte: POLÊMICA PARAÍBA
Créditos: UOL