"CoronaVac tem potencial"

"CoronaVac não é melhor vacina do mundo, é a vacina possível", diz microbióloga Natalia Pasternak

Uma das representantes da comunidade científica que pediu por mais dados da CoronaVac, a microbióloga Natalia Pasternak avalia que o Brasil tem "uma boa vacina" após o Instituto Butantan anunciar uma eficácia geral de 50,38%.

Uma das representantes da comunidade científica que pediu por mais dados da CoronaVac, a microbióloga Natalia Pasternak avalia que o Brasil tem “uma boa vacina” após o Instituto Butantan anunciar uma eficácia geral de 50,38%. Ela pondera, entretanto, que é necessário realizar uma campanha de vacinação para que se alcance um bom resultado de imunização.

“Não precisa dizer que é a melhor vacina do mundo. Tem que dizer que é a nossa vacina, é a vacina possível, é uma boa vacina, que certamente vai iniciar o processo de sair da pandemia”, disse a presidente do Instituto Questão de Ciência, em coletiva de imprensa em que o instituto anunciou a eficácia do imunizante feito em parceria com a farmacêutica Sinovac, da China.

Pasternak agradeceu ao Butantan e ao governo paulista por terem “acolhido o pedido da comunidade científica e da sociedade por maior clareza e maior transparência dos dados”. “O Instituto Butantan mostra uma atitude científica de dividir esses dados”, disse a a microbiologista, que avalia que isso evitará a criação de desinformação a respeito do imunizante e de iniciativas de movimentos negacionistas.

Natalia Pasternak durante coletiva do governo de São Paulo sobre eficácia da vacina

“Não é a melhor vacina do mundo. Não é a vacina ideal. É uma boa vacina, que tem a sua eficácia dentro dos limites do aceitável pela comunidade científica.”
disse Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência.

A cientista disse que o resultado apresentado “tem seus sucessos e suas limitações”. “[E eles] têm que ser comunicados de uma forma clara para que a gente tenha uma sociedade segura e que se sinta confortável com esses dados para entender o que está acontecendo.”

Pasternak ressaltou que a CoronaVac esteve num estudo rigoroso. “Limpo, claro e que agora traz os resultados exatamente do que se propôs a fazer.” Para ela, se os números não são os esperados, Pasternak diz que são “bons resultados, resultados honestos”.

Campanha para incentivar vacinação
A cientista diz que, com a eficácia de 50,38%, o mais importante agora é uma campanha para incentivar a vacinação. “Só assim a gente vai ver um resultado real na sociedade.”

Ela lembra que essa vacina pode prevenir doença grave e morte. “A gente nunca falou no começo da pandemia: ‘eu quero a vacina perfeita’. A gente falou: ‘quero uma vacina que nos permita sair dessa situação pandêmica’. E isso a CoronaVac tem potencial de fazer.”

Fazendo cruamente uma análise de risco e benefício dessa vacina: eu tenho uma vacina cujo risco pessoal é quase zero porque os efeitos adversos são irrisórios. Mas eu tenho um benefício que não é só para mim, mas coletivo, de saúde pública de reduzir o risco de doença em 50%. Eu quero esse benefício.
Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência

Pasternak diz não haver justifica para não usar uma vacina que é adequada para o país. E ela também lembra que “a vacina não é o fim” do processo de sair da pandemia. “E nem [vai] fazer isso instantaneamente. A gente vai ter que continuar com medidas de proteção por um bom tempo.”

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: UOL