pandemia

Cobrada pela CPI, Saúde apresenta plano vacinal de 2022 contra Covid

A falta de informações sobre o planejamento da campanha para o próximo ano foi um dos motivos da reconvocação de Queiroga

O Ministério da Saúde apresentará, no começo da noite desta sexta-feira (8), o planejamento de 2022 para a vacinação contra a Covid-19. O anúncio será feito após membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 requisitarem as informações com urgência e pressionarem a pasta por extrapolar o prazo determinado de 48 horas.

A demora em prestar as informações foi usada pelos membros da CPI como argumento para reconvocar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com data da oitiva agendada para 18 de outubro, um dia antes da leitura do relatório final dos trabalhos. Mesmo afirmando não ter sido oficialmente comunicado do novo depoimento, o cardiologista disse que estaria “à disposição para prestar os esclarecimentos necessários”.

Uma versão preliminar do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 para 2022 foi enviada à CPI pelo Ministério da Saúde horas após a cobrança. Ainda assim, os senadores da cúpula alegaram ausência de informações básicas sobre os planejamentos e, por isso, a participação de Queiroga seria necessária ainda assim.

Antes de ser submetido à nova sabatina, Queiroga se antecipou e anunciou que prestará informações às 18h desta sexta sobre o plano. Na versão preliminar, estão preservados os públicos-alvo que foram estabelecidos em 2021, com priorização da imunização a profissionais de saúde, população indígena e idosos institucionalizados, seguidos do restante dos idosos, dos mais velhos para os mais novos. Pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas, profissionais da educação também estão entre as prioridades.

O documento também aborda o intervalo entre vacinas, já com a atualização de não ser necessário esperar 14 dias da aplicação do imunizante contra a Covid para receber a vacina da gripe, por exemplo. “Nenhuma vacina contra a Covid-19 aprovada atualmente é de vírus vivo atenuado e, portanto, é improvável que a administração simultânea com as demais vacinas do calendário vacinal incorra em redução da resposta imune ou risco aumentado de eventos adversos”, diz o texto que será usado como base para a entrevista coletiva marcada para esta sexta.

Sobre a intercambialidade, o ministério não recomenda a medida, salvo em casos excepcionais, quando não for possível administrar a segunda dose com a vacina do mesmo fabricante. “Seja por contraindicações específicas ou por ausência daquele imunizante no país, poderá ser administrada uma vacina Covid-19 de outro fabricante. A segunda dose deverá ser administrada no intervalo previamente aprazado, respeitando o intervalo adotado para o imunizante utilizado na primeira dose.”

Na resposta dada à CPI, ao indicar o estoque e planejamento de vacinas relativos ao final de 2021, considerando-se a aplicação da terceira dose e a vacinação de adolescentes, o Ministério da Saúde também abordou o planejamento para 2022. “Considerando que para conclusão do exercício de 2021 temos a previsão da necessidade de 73.707.379 doses, bem como os contratos firmados pelo Ministério da Saúde possuem um quantitativo pendente de 207.870.340 doses, haverá uma previsão de 134.192.961 doses remanescentes para 2022”, diz a pasta.

Para completar o quantitativo necessário para 2022, o ministério destacou a negociação em andamento com a Pfizer, para a aquisição de mais 100 milhões de vacinas e opção de compra para mais 50 milhões de doses a serem entregues no ano que vem.

Apesar de afirmar que ainda é necessária a conclusão de estudos para definir o esquema vacinal, o governo federal trabalha com três cenários para 2022. O primeiro pretende manter o mesmo esquema de 2021, prevendo duas doses a toda população a partir de 12 anos, além das doses de reforço para idosos. Neste esquema, a pasta estima a necessidade de 391,7 milhões de unidades para o ano que vem.

Outra possibilidade é aplicar apenas uma dose de reforço a todos os brasileiros acima de 12 anos, o que demandaria 179,6 milhões de novas aplicações. Por fim, há o cenário em que a população de 12 a 59 anos recebe uma dose reforço em 2022, mas os idosos têm direito a uma vacina por semestre. Neste esquema, seriam usadas mais 212,1 milhões de vacinas. Durante a coletiva, a pasta anunciará qual dos três cenários será adotado.

Para 2022, no entanto, a expectativa é que a CoronaVac seja excluída do Programa Nacional de Imunização, que só passará a contar com vacinas que já possuem registro definitivo, que é o caso da Pfizer e da AstraZeneca, e doses remanecentes da Janssen. A descontinuidade do uso da CoronaVac foi justificada pelo ministério pela “baixa efetividade”, sobretudo em idosos acima de 80 anos.

Fonte: Notícias ao Minuto
Créditos: Notícias ao Minuto