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CASO DO MILICIANO ADRIANO: perícia aponta que tiros foram a 1,5m; tortura não é descartada

audo do exame de necrópsia, obtido pelo G1, mostra que os disparos contra o capitão Adriano, como ele era conhecido, foram realizados a uma distância superior a 1,5 metro

O ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, de 43 anos, morreu em 9 de fevereiro passado com dois disparos no confronto que teve com a polícia da Bahia. Laudo do exame de necrópsia, obtido pelo G1, mostra que os disparos contra o capitão Adriano, como ele era conhecido, foram realizados a uma distância superior a 1,5 metro.

O corpo de Adriano ainda apresentava outros ferimentos, o que pode indicar que ele tenha sido torturado.

Foragido havia mais de um ano, ele era alvo de um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro passou a ser monitorado por equipes do órgão a partir de informações de que ele teria buscado esconderijo na Bahia.

A primeira perícia teve fotos divulgadas pela revista “Veja” em 14 de fevereiro. Na ocasião, a análise indicava, segundo a reportagem, que Adriano foi morto por disparos a curta distância. A perícia feita pelo Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica, da Secretaria de Polícia Civil do RJ, considera curta distância apernas quando é inferior a 1,5 metro.

Imagens da autópsia também sugerem que o miliciano tinha um ferimento na cabeça e uma queimadura no lado esquerdo do peito.

O documento ao que o G1 teve acesso trata da segunda perícia feita no corpo de Adriano da Nóbrega e que aconteceu a pedido do Ministério Público da Bahia. Semelhante à primeira perícia, o corpo de Adriano apresentava um ferimento na cabeça e a queimadura no peito.
Após a apresentação da primeira análise, o MP pediu à Justiça que o Departamento de Perícia Técnica (DPT) do IML do Rio de Janeiro que apurasse pontos que considerava sem respostas:
A direção que os projéteis percorreram no corpo;
O calibre das armas usadas nos disparos;
A distância entre os atiradores e Adriano;
E outras informações que considerem relevantes.

De acordo com os peritos Ricardo Campos Barcellos e Gabriela Graça Pinto, os tiros foram dados por uma carabina IA2, calibre 556, e por um fuzil 7.62.

As armas são as mesmas que estavam com os policiais no momento da operação que cercou o miliciano no sítio de um vereador no interior da Bahia. Os projéteis das armas não foram encontrados para análise.

De acordo com a perícia, o corpo de Adriano apresentava lesões no coração e nos pulmões. Os disparos quebraram a clavícula direita e os arcos das costas do lado direito e do lado esquerdo.

As fraturas, segundo a perícia, “são compatíveis com as produzidas pela energia dissipada pela passagem de projéteis de arma de fogo”.

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Fonte: G1
Créditos: G1