reivindicações

Candidatas de partidos opostos se unem e fazem carta coletiva por mulheres; confira

Nove candidatas à vereança em Alto do Paraíso de Goiás, sendo uma das candidaturas no formato coletivo, e uma que concorre à vice-prefeita nestas eleições assinam uma carta de reivindicações relacionadas ao suporte às mulheres da cidade goiana.

O documento coletivo, divulgado nesta quinta-feira (12) é proposto por políticas de diferentes partidos — entre eles, DEM, PSL, PL e REDE — que alegam ter siglas diferentes, mas propostas comuns. “São, primordialmente, reivindicações”, dizem as autoras.

Carta coletiva de candidatas à vereança em Goiás
Em 22 pontos que abordam a necessidade de políticas públicas específicas para as mulheres da cidade, as dez candidatas articulam ideias que envolvem tanto o Poder Legislativo, em que concorrem a um cargo, quanto o Poder Executivo.

O primeiro pedido é pelo restabelecimento do Conselho Municipal de Direitos da Mulher de Alto do Paraíso de Goiás, “com revisões das cadeiras necessárias que assegurem efetiva participação das mulheres neste espaço deliberativo, ou assim torná-lo”. No site da Secretaria estadual de Desenvolvimento Social, aliás, é informado que essa ação “está em andamento”.

Outro ponto da carta diz respeito a medidas de apoio a vítimas de violência contra mulher. As candidatas pedem criação de uma “Casa das Mulheres”, para acolhimento, fornecimento de assistência jurídica e psicológica e instalação de delegacia especializada, um dos locais em que as vítimas devem receber apoio e encaminhamento nesses casos.

Há ainda reivindicações associadas ao sistema de saúde público municipal, com solicitação de que se tenha atendimento ginecológico “integral, em diferentes fases de vida” da mulher e ampliação de programas de apoio as que tiverem gravidez não planejada,” para garantia de atendimento biopsicossocial às gestantes com especial atenção às adolescentes, numa perspectiva de inclusão social e exercício pleno da cidadania”. Neste sentido, as políticas pedem criação de Casa de Parto e Saberes da Mulher, “a fim de resgatar e disseminar conhecimentos do parto e ginecologia natural”.

Assinam o documento as seguintes candidatas: Henny Freitas e Christiane Catalão (Mandato Coletivo Permacultural, da REDE); Téia (DEM), Rose (PSL), Helena (PL), Helen Rose (PV), Profa. Eunice (REDE), Raiana (PMN), Alexandra (PV), Cynthia Bueno (REDE) e Fátima Garcez (candidata à vice-prefeita, PTC).

Veja a íntegra da carta:

CARTA COLETIVA DAS CANDIDATAS DE ALTO PARAÍSO DE GOIÁS
Alto Paraíso de Goiás, 12 de novembro de 2020.

Dando seguimento aos debates realizados durante os dias 04 e 06 de novembro de 2020 entre as candidatas à vereança e ao executivo de Alto Paraíso de Goiás, entendemos, conjuntamente, que ainda que representemos distintas siglas, nossas propostas são comuns. São, primordialmente, reivindicações.

Necessitamos espaço e condições para realizá-las, quer seja via Legislativo ou via Executivo, no que concerne a cada instância. Que sejam atendidas, unificadas e transformadas em políticas públicas com o objetivo de construirmos uma cidade segura, inclusiva e acolhedora para as mulheres nativas, alternativas e visitantes que habitam e/ou estão de passagem pela região.

REIVINDICAÇÕES / NECESSIDADES:

1. Restabelecimento do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, com revisões das cadeiras
necessárias que assegurem efetiva participação das mulheres neste espaço deliberativo, ou
assim torná-lo;

2. Composição da gestão municipal em paridade de gênero, 50% de mulheres e 50% de
homens representantes das secretarias e cargos comissionados de representatividade e
liderança na gestão pública municipal;

3. Estruturação da Economia Local e Tradicional através de microcréditos diretamente para
mulheres (exemplo: raizeiras, artesãs, costureiras, agricultoras agroecológicas e
agroextrativistas etc);

4. Formação de uma Rede de Economia das Mulheres, de forma criativa e solidária, para que
elas tenham apoio financeiro e de gestão dos seus próprios empreendimentos nas diversas
áreas de interesse;

5. Instalação do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) regionalizado,
que ofereça medidas protetivas para mulheres vítimas de violência, com atendimentos:
psicológico, assistencial, jurídico, terapêutico;

6. Estruturação de Grupo de Policiamento Capacitado e Especializado em atendimento às
mulheres;

7. Instalação da Delegacia especializada em crimes contra à mulher e grupos vulneráveis, além de fiscalizar e assegurar a promoção de correta e eficiente assistência social a elas;

8. Fornecimento de assistência jurídica e psicológica para mulheres vítimas de violências;

9. Realização, assegurada via projetos de lei, de campanhas de sensibilização permanente, seja em espaços públicos e escolares;

10. Instalação de sistema eficiente de iluminação pública para garantir a circulação livre e segura das mulheres;

11. Através do Poder Executivo, realização de cursos de autodefesa para mulheres;

12. Criação da Casa das Mulheres, espaço de acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica/de gênero (escolta, guarida, acolhida);

13. Proposição de Lei que obrigue as escolas a terem atividades pedagógicas relacionadas à eliminação da violência contra a mulher, criança e adolescente, por exemplo, concursos de redação, formações, oficinas etc;

14. Destinação de verbas e projetos de lei que garantam a segurança e saúde voltadas às
mulheres de forma integral, garantindo assim exames e orientações preventivas;

15. Desenvolvimento de projetos de preservação ambiental de nascentes para garantia de água de qualidade para toda a comunidade, rural e urbana;

16. Desenvolvimento de projetos de construção civil comunitária, assim como reestruturação de moradias populares para garantir o acesso e abastecimento de água a todas as residências identificadas a partir do Conselho Municipal de Direitos da Mulher;

17. Proposição, junto ao poder Executivo, de condições para instalação de lavanderias públicas;

18. Estruturação do serviço de atendimento à saúde da mulher (ginecologia), de forma integral, em suas diferentes fases de vida;

19. Manutenção e ampliação do Programa de atendimento às mulheres em gravidez
não-planejada, para garantia de atendimento biopsicossocial às gestantes com especial
atenção às adolescentes e jovens mulheres grávidas, numa perspectiva de inclusão social e
exercício pleno da cidadania;

20. Apoio à criação de uma Casa de Parto e Saberes da Mulher, a fim de resgatar e disseminar conhecimentos do parto e ginecologia natural;

21. Estruturação de creches públicas que acolham crianças entre 0 a 3 anos;

22. Estruturação de escolas em período integral para atender crianças a partir

Fonte: UNIVERSA
Créditos: Polêmica Paraíba