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Brasil enfrenta escassez de bibliotecas

As estilosas unidades em formato de miniaturas de casa de madeira acolhem obras literárias para todas as idades. Lá, as pessoas podem pegar ou deixar livros. A troca é livre, sem burocracia ou exigências, baseada apenas na consciência e no valor de uma iniciativa como esta. Saiba Mais!

Projetos, como Livres Livros, incentivam a leitura

O Brasil tem mais de 7 mil bibliotecas cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas do Ministério da Cultura. A proporção é de apenas uma biblioteca pública para cada 30 mil habitantes. Na República Tcheca, que tem o melhor índice do mundo, a proporção é de uma para cada 1.970 habitantes. Outro dado negativo é o índice de leitura dos brasileiros. Uma pesquisa do Instituto Pró-livro, realizada em 2014, mostrou que 44% dos brasileiros não têm o hábito de ler e 30% nunca compraram um livro.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz um dado positivo sobre a situação. A quantidade de bibliotecas no Brasil tem crescido. Entre 1999 e 2014, o número subiu de 76,3% para 91,7% e, dos 5.570 municípios do país, apenas 112 não possuem o espaço público para leitura. Na Paraíba, são 352.

Na opinião do professor do Curso de Letras Gilberto Pereira, por mais que o número de bibliotecas existente ainda não seja o necessário, a desvalorização das mesmas, só vai ocorrer quando não existir mais a pesquisa e nem pesquisadores. Segundo ele, a leitura é o único mecanismo onde todos são iguais. “É importante que todos tenha acesso a livros, mas na vida de um adolescente, essa pratica é ainda mais importante. É por meio dessa leitura que a crianças fazem novas descobertas”, defende Pereira.

A forte concorrente das bibliotecas é a internet, que facilita o acesso dos estudantes aos conteúdos que eles teriam que ir em busca. Para Gilberto, as bibliotecas são muito mais do que um ambiente que reúne livros. “As bibliotecas não existem apenas para as pesquisas, mas também, para a admiração da arquitetura que as compõem. E por mais que o governo esteja deixando as bibliotecas de lado, muitas pessoas têm o interesse de levar bibliotecas móveis para as ruas e promover ações práticas que elevem o conhecimento e novas descobertas.”, assegurou.

Mesmo com esse cenário, muitas bibliotecas estão se reinventado e atraindo antigos e novos visitantes. Novos modelos também estão oferecendo experiência únicas e inovadoras aos seus visitantes e usuários. Com isso, acervos digitais e a criação de espaços colaborativos para pesquisadores e leitores devem se tornar cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros.

Uma dessas iniciativas é o projeto Livres Livros, que instala minibibliotecas pela cidade onde é possível escolher um livro gratuitamente e desfrutar de uma boa leitura. Sim. Isso já é possível em Salvador, na Bahia e na cidade de Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo, onde o projeto Livres Livros já pousou. A iniciativa é da advogada baiana Raissa Martins que, há três anos, vem trilhando um caminho de benfeitoria pública por meio da implantação de minibibliotecas. Além de disponibilizar livros gratuitamente, o projeto realiza uma série de ações de sensibilização para a importância do hábito de ler.

As estilosas unidades em formato de miniaturas de casa de madeira acolhem obras literárias para todas as idades. As pessoas podem pegar ou deixar livros. A troca é livre, sem burocracia ou exigências, baseada apenas na consciência e no valor de uma iniciativa como esta. O leitor pode pegar um livro em uma unidade e devolver em outra. O essencial é que ele leia e seja tocado pela ideia de fazer os livros circularem em bom estado.

O projeto Livres Livros nasceu da paixão pelos livros e da vontade de fazer algo relevante para a sociedade. A inspiração veio das ruas de Santa Bárbara, na Califórnia, que tinha uma unidade da Little Free Library. No Brasil, a proposta integra pessoas, empresas e o poder público em torno do propósito de incentivo à leitura. Afinal, apesar da influência da tecnologia na vida de muitos brasileiros, o hábito da leitura é algo que não deve se perder jamais. Pesquisa divulgada pelo Instituto Pró-Livro aponta que o hábito de ler alcança 56% da população brasileira

“Nosso objetivo é incentivar a leitura, formando novos leitores. O nosso convite é para a leitura e o projeto é de todos”, conclui Raissa. Os livros são doados na maioria das vezes. Apenas 10% são comprados. A ação é positiva para a cidade, tanto esteticamente quanto culturalmente e é muito bem aceita pela população. “Nunca tivemos uma crítica negativa. Ao contrário, inspiramos outros projetos”, acrescenta Raissa.

Além da Bahia o projeto Livres Livros foi implantado na cidade de Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo. E a iniciativa vem inspirando também inúmeras outras boas ações para a leitura. “Meu coração está em festa. Cheguei muito além do que poderia ter sonhado. Superamos a nossa meta. Implantamos um bosque literário no Parque da Cidade e lancei um livro com essa história linda e, o melhor, conquistei muitos amigos no caminho. Hoje sinto muita gratidão”.

Assim como o projeto Livres Livros, o Educa Mais Brasil, maior programa de inclusão educacional do país, também partilha do mesmo pensamento de incentivo as boas ações. Por isso busca inserir estudantes que não tem condição financeira de pagar uma mensalidade integral. O programa oferta bolsas de estudo de até 70% nas mensalidades, seja para escola, faculdade ou cursos técnicos ou livres.  O Correio é parceiro e para conseguir esse benefício acesse http://www.educamaisbrasil.com.br/polemicaparaiba.

Fonte: Ascom Educa Mais Brasil
Créditos: Vanessa Casaes