Sem apoio de "setores complicados"

"Bolsonaro não parece ter poder de fogo tão grande quanto ameaçava", avalia cientista político após atos de 7 de Setembro

"Expectativa com o público era muito maior. Tínhamos medo da participação de caminhoneiros, policiais"

O cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mostrou uma força menor do que a esperada nas manifestações de 7 de Setembro. “A expectativa com o público era muito maior. Tínhamos medo da participação de caminhoneiros, policiais, de que Bolsonaro não mostrasse só a força da multidão, mas de setores complicados… Bolsonaro não parece ter poder de fogo tão grande quanto ele ameaçava ter”, analisou o cientista político em entrevista à CNN.

Segundo Carlos Melo, Bolsonaro antecipou a campanha e deixou de discutir problemas essenciais dos brasileiros. “Estamos a 15 meses da posse do próximo presidente, seja ele qual for. Temos a pandemia ainda não resolvida, crise hídrica e elétrica, inflação e desemprego. E nada dessas questões foi discutida. A expectativa dos agentes econômicos e políticos, ela não vai se manter constante. Conforme esse processo se arrasta, conforme o presidente contribua para que piore, essa expectativa não se mantém constante. Logo, o que temos hoje, poderemos não ter amanhã”.

“Outro aspecto, as crises políticas, independente do interesse local, das forças políticas, elas podem engatar um processo que fica fora do controle de quem acha que pode de alguma forma manietar os processos políticos”, completou o professor.

Fonte: Polêmica Paraíba com CNN
Créditos: Polêmica Paraíba