CPI da Covid

Bolsonaro boicotou deliberadamente a vacina, diz Alessandro Vieira

Delegado da Polícia Civil por 17 anos, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) tem usado de sua experiência em interrogatórios para extrair contradições dos depoentes na CPI da Covid. Suplente da comissão, Alessandro é praticamente o 12º titular do colegiado, devido à sua participação incisiva nos depoimentos e nas articulações políticas. Coautor do pedido de criação da CPI, o senador considera que as investigações apontam para a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro, tanto por seus atos como por suas omissões diante da pandemia.

Delegado da Polícia Civil por 17 anos, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) tem usado de sua experiência em interrogatórios para extrair contradições dos depoentes na CPI da Covid. Suplente da comissão, Alessandro é praticamente o 12º titular do colegiado, devido à sua participação incisiva nos depoimentos e nas articulações políticas. Coautor do pedido de criação da CPI, o senador considera que as investigações apontam para a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro, tanto por seus atos como por suas omissões diante da pandemia.

“A recusa de investimento ou de garantia de compra, as várias declarações contra a vacina, tudo isso caracteriza uma ação de boicote deliberado”, disse Alessandro ao Congresso em Foco. Para ele, está cada vez mais claro que quem dava a palavra final nas decisões do Ministério da Saúde era o presidente da República.

“A CPI está muito próxima de Bolsonaro. Temos um quadro de falta de ação em alguns pontos e de ações equivocadas em outros que apontam diretamente para Bolsonaro. É preciso que a CPI avance para termos uma convicção mais firme”, acrescentou.

Alessandro Vieira conta que as investigações podem levar o presidente a tribunais internacionais de direitos humanos caso seja caracterizado o crime de genocídio e que as conclusões poderão ser usadas, por terceiros, para pedir o impeachment de Bolsonaro. “CPI não recomenda impeachment, pode relatar fatos geradores de impeachment. Com base neles, qualquer um pode pedir”, ressaltou.

Para Alessandro, a CPI deve, além de reforçar a equipe técnica responsável pela análise dos documentos recebidos, quebrar o sigilo de personagens ligados ao governo, inclusive do vereador carioca Carlos Bolsonaro. O senador é autor de requerimentos para quebrar o sigilo do filho “zero dois” do presidente, dos ex-ministros Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo e de Fabio Wajngarten, entre outros. “Em algum momento a CPI vai ter de votar quebra de sigilo. Não dá para fugir, é ferramenta indispensável das investigações”, afirmou o senador, gaúcho de 46 anos radicado em Aracaju desde a infância.

 

Fonte: Congresso em Foco
Créditos: Polêmica Paraíba