pandemia de coronavírus

Átila Iamarino chora ao citar falta de medicamentos no SUS: 'Que dignidade é essa?' - VEJA VÍDEO

Divulgador científico comentou falta de kit intubação ao citar exemplo de conhecido que não queria ser internado por medo de morrer

O microbiologista Atila Iamarino, que ganhou visibilidade recentemente ao apresentar e debater temas ligados à pandemia de Covid-19 nas redes sociais, se emocionou e chorou ao contar uma história que ouviu de um amigo, sobre o medo de um conhecido ao ser internado, infectado com Covid-19, no Sistema de Saúde Público (SUS). Iamarino usou o exemplo como alerta para a difícil realidade enfrentada por profissionais de saúde, que gera desconfiança nos pacientes, sobretudo diante da falta de estrutura e kits intubação.

“O que ele (um amigo) estava me contando hoje é que um conhecido de 30 e poucos anos foi internado e morreu. E que esse conhecido, quando entrou na UTI, estava pedindo pra família não interná-lo, porque ele ia morrer, porque iam matar ele lá dentro. É isso que estão roubando da gente: a dignidade, a esperança de você ter um atendimento de saúde. Essa esperança de vida está sendo roubada”, disse tentando conter as lágrimas.

O microbiologista ponderou, em seguida, o impacto que esse tipo de relato tem como um todo – e ressaltou os problemas que os profissionais e o sistema de saúde vêm enfrentando devido à alta de casos da doença, além do pouco isolamento social. “O que a gente está perdendo como nação… um sistema de saúde como o SUS, que não vai dar o melhor atendimento do mundo, que tem filas, que sempre teve falhas, mas agora as pessoas entram achando que vão ser mortas lá dentro, porque viram esse tipo de destino. Não é mais uma UTI quando você tem um leito que não tem respirador, que não tem kit intubação. Que dignidade é essa de internar alguém sem ter condições de anestesiar a pessoa para colocar um respirador nela?”, questionou.

Nas últimas semanas, notícias de baixo estoque de kit intubação se espalharam pelo país. No Rio, houve relatos de intubados amarrados a macas e acordados por falta de sedativo.

Nesta terça-feira, o secretário de Saúde de Minas Gerais disse, em entrevista à rádio Super, que o momento crítico de desabastecimento já passou e que, nas próximas semanas, a situação deve ser normalizada no Estado.

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Fonte: O Tempo
Créditos: O Tempo