mais um capítulo

Após atritos, Câmara deve tirar poder do Executivo sobre Orçamento

Após atritos, Câmara deve tirar poder do Executivo sobre Orçamento

 

Em mais um capítulo do embate entre governo e Congresso, os líderes da Câmara decidiram votar, nesta terça-feira (26), uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para obrigar o governo a executar todo o Orçamento de investimentos e emendas de bancadas estaduais.

Isso retiraria do governo o poder de remanejar despesas, pois a PEC faz com que essa parte do Orçamento seja impositiva.

A pauta foi uma sugestão do PRB e teve o apoio de todas as siglas.

O líder do governo da Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO) não esteve na reunião de líderes da Câmara. O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, também apoiou a votação da PEC.

A PEC estava parada na Câmara desde o fim de 2015. O relator do texto, deputado Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO), nem sabia da possibilidade de a proposta ser ressuscitada.

A ideia dos líderes da Casa é passar mais um recado ao Palácio do Planalto, que, segundo parlamentares, tem falhado na articulação política e no diálogo com deputados, especialmente sobre a reforma da Previdência.

O ministro Paulo Guedes (Economia) queria enviar uma PEC para desindexar o Orçamento da União, deixando nas mãos do Congresso a decisão de como usar os recursos federais.

Em tom de ironia, líderes de partidos independentes ao governo Bolsonaro dizem que, com a votação marcada para esta terça, a Câmara vai assumir o protagonismo no Orçamento desejado pelo ministro.

Guedes deveria ter participado nesta terça de um debate na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para explicar a reforma da Previdência.

A PEC relatada por Gaguim torna obrigatório o pagamento de despesas para políticas públicas estratégicas e prioritárias definidas pelo PPA (plano plurianual) e LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Esses dois projetos -PPA e LDO- são aprovados pelo Congresso.

Assim, os parlamentares teriam maior controle dos gastos federais.

Além disso, o texto obriga o governo a executar as emendas de bancadas estaduais -dispositivos para que os representantes de cada estado apresentem mudanças no Orçamento para destinar recursos a obras e ações para suas bases eleitorais.

Atualmente, as emendas individuais (apresentadas por cada deputado) já são impositivas.

“É o resgate de nossas prerrogativas”, disse o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA). O DEM é o partido com mais ministério no governo Bolsonaro, mas adota postura independente ao Palácio do Planalto.

Por ser uma alteração na Constituição, é necessário o apoio de 308 deputados em votação no plenário da Câmara. A PEC precisará ser analisada em dois turnos.

Fonte: Noticias ao minuto
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