Covardia

A morte de Patrícia Aline poderia ter sido evitada

Novos áudios mostram que jovem assassinada pelo namorado relatou momentos de terror. Patrícia conta que o homem era obsessivo a ponto de ter ciúmes até do cachorro. Um dia antes do crime, ela disse que achava que iria morrer

Novos áudios divulgados pela polícia revelam que Patrícia Aline dos Santos sabia que corria muito risco de morrer. O seu namorado, Iury Italu Mendanha, já havia tentado matá-la outra vez, além de ameaçá-la.

A jovem de 29 anos foi encontrada morta nesta quinta-feira (9) em Palmas (TO). Ela morava na cidade há apenas um ano. O delegado responsável pelo caso, Israel Andrade disse que acredita que Iury tenha fugido do Tocantins.

O pai de Iury foi ouvido pela polícia e disse que o filho mandou mensagem se despedindo nesta quinta-feira, dia em que o corpo de Patrícia foi encontrado.

 “O pai não sabe de muita coisa, sabe que ele teve envolvimento com essa moça, namorou. Falou que desconhecia as armas que ele tinha em casa e nos mostrou mensagens que ele enviou se despedindo ontem pela manhã, no dia que o corpo foi encontrado. Disse que não ia mais trabalhar com o pai na loja, que precisava sair da cidade e que depois voltava”, disse o delegado.

Nos áudios que a polícia divulgou, Patrícia afirma que não queria mais seguir com o relacionamento e fala das ameaças e da obsessão de Iury:

“Eu não quero mais. Uma que nós estamos brigando muito e outra que ele quer ficar me xingando, amiga, de vagabunda. E ele já avançou em mim duas vezes. Uma ele bateu na minha cara e a outra ele jogou o celular nos meus braços. Não quero uma pessoa que fica com esse ciúme obsessivo de amiga, de cachorro, de academia. Não tô aguentando mais não. Aí eu fui, larguei, ele foi e perdeu a cabeça. Saiu do serviço, foi direto pra minha casa e pulou o muro. Aí eu não quis abrir a porta pra ele, e ele foi e falou que ia me matar. Eu fui, liguei pra minha amiga, pedi ajuda e ela foi lá me buscar. Ele pegou e falou que ia atrás de uma arma, ia voltar e ia me matar”

A uma outra amiga, Patrícia enviou mensagens por WhatsApp quando o namorado invadiu a sua casa e tentou tirar a sua vida pela primeira vez. Testemunhas disseram que, um dia ante de morrer, Patrícia enviou outras mensagens dizendo que estava “com mau pressentimento”.

“Um dia antes de morrer, em uma das mensagens, ela diz: ‘Amiga, eu estou com um mau pressentimento, eu acho que o Iury vai me matar’”, contou o delegado.

“Eles namoraram por dois meses. Ele parece que era muito possessivo e violento, mas há uma semana, ela terminou com ele, depois voltaram. Então, passou a ser ameaçada e agredida com maior frequência. Inclusive na semana passada, ele esteve na casa dela, pulou o muro e portando um revólver, bateu nela. As amigas dizem que ela aparecia às vezes com hematomas”, relatou o delegado.

As amigas chegaram a orientar que ela procurasse a polícia, mas durante os dois meses em que estiveram juntos, a vítima nunca apresentou queixa contra ele na polícia.

A família de Patrícia está inconformada e pede Justiça. “Foi muito cruel. A gente não se conforma porque ela era muito nova, por causa da forma como aconteceu e porque ela estava morando longe da gente”, disse Ivanesio dos Santos, primo da vítima.

Fonte: Pragmatismo
Créditos: Pragmatismo