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Aos 88 anos, Papa Francisco morre no Vaticano; veja quem pode assumir o papado e a provável causa da morte

Aos 88 anos, Papa Francisco morre no Vaticano; veja quem pode assumir o papado e a provável causa da morte

O Papa Francisco faleceu na manhã desta segunda-feira (21), às 7h35 no horário de Roma, aos 88 anos. A morte foi confirmada pelo camerlengo da Santa Sé, cardeal Kevin Farrell, na Casa Santa Marta, residência oficial do pontífice no Vaticano.

“Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”, declarou Farrell em comunicado oficial.

No dia anterior, mesmo com a saúde fragilizada, o Papa ainda apareceu publicamente. Na manhã de domingo (20), fez sua última aparição na sacada da Basílica de São Pedro, durante a tradicional bênção de Páscoa, a Urbi et Orbi — sua derradeira mensagem ao mundo.

“Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos sua alma ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, acrescentou o cardeal.

Saúde frágil e longa internação antecederam a morte do Papa Francisco

Embora o Vaticano ainda não tenha divulgado oficialmente a causa da morte, o Papa Francisco enfrentava uma série de problemas de saúde nos últimos anos, que alimentaram especulações sobre uma possível renúncia, a exemplo do que fez seu antecessor, Bento XVI.

Desde o início de fevereiro, o pontífice lutava contra uma bronquite persistente. Em uma audiência geral, chegou a interromper a leitura de seu discurso por dificuldades para respirar. “Deixem-me pedir ao padre que continue lendo porque ainda não consigo com a minha bronquite. Espero que na próxima vez eu possa”, declarou na ocasião.

Francisco — que ainda jovem passou por uma cirurgia pulmonar — utilizava cadeira de rodas desde 2022, alternando com o uso de bengala em ocasiões raras. Nos últimos anos, enfrentou dores intensas no joelho e no quadril, além de uma inflamação no cólon e recorrentes problemas respiratórios.

Em junho de 2023, o papa passou dez dias internado no Hospital Gemelli, onde foi submetido a uma cirurgia de hérnia abdominal, sob anestesia geral. Em dezembro do mesmo ano, cancelou sua participação na COP28, nos Emirados Árabes, por conta de uma bronquite.

Já em março de 2024, o papa cancelou de última hora sua participação na Via-Crúcis do Coliseu de Roma, mas conseguiu celebrar a Missa da Páscoa dias depois.

Neste ano, a situação se agravou. Francisco foi internado por mais de um mês no Hospital Gemelli, recebendo alta em 23 de março, após 38 dias de tratamento para uma infecção respiratória severa, que evoluiu para pneumonia bilateral, comprometendo os dois pulmões.

Durante a internação, o Vaticano confirmou dois episódios considerados “muito críticos”. Segundo os médicos, a vida do Papa esteve em risco.

Quem pode suceder o Papa Francisco? Veja os cardeais cotados para liderar a Igreja Católica

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja entra oficialmente no período conhecido como “sede vacante”, quando o trono de São Pedro fica vago até a eleição de um novo pontífice. O conclave, que reúne cardeais de todo o mundo no Vaticano, escolherá o próximo líder da Igreja Católica. Diversos nomes já despontam como possíveis sucessores — incluindo dois brasileiros.

Confira abaixo alguns dos cardeais mais cotados para o cargo. Os nomes em negrito aparecem como favoritos entre especialistas e observadores do Vaticano:

  • Cardeal Leonardo Ulrich Steiner – Primeiro cardeal da Amazônia brasileira, foi nomeado por Francisco em 2022. Nascido em Forquilinha (SC), representa a ala mais engajada em causas sociais e ambientais.
  • Cardeal Sérgio da Rocha – Arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, é um nome respeitado internacionalmente e visto como um possível herdeiro do legado de Francisco.
  • Cardeal Pietro Parolin – Atual secretário de Estado do Vaticano, é o “número dois” da Santa Sé desde 2013 e aparece como um dos favoritos para assumir o papado.
  • Cardeal Matteo Zuppi – Arcebispo de Bolonha, lidera a conferência episcopal italiana e é conhecido por seu perfil conciliador e próximo aos valores de Francisco.
  • Cardeal Pierbattista Pizzaballa – Patriarca latino de Jerusalém, recebeu o barrete cardinalício em 2023 e tem atuação marcante no Oriente Médio.
  • Cardeal Christoph Schoenborn (Áustria) – Ex-aluno de Bento XVI, é uma opção que agrada setores conservadores da Igreja.
  • Cardeal Marc Ouellet (Canadá) – Comandou o dicastério para os bispos de 2010 a 2023, tem ampla experiência na Cúria Romana.
  • Cardeal Jean-Marc Aveline (França) – Arcebispo de Marselha e considerado próximo ao estilo pastoral de Francisco, é apontado por muitos como seu “candidato natural”.
  • Cardeal Péter Erdő (Hungria) – Arcebispo de Budapeste, de perfil conservador, é reconhecido por sua sólida formação teológica e jurídica.
  • Cardeal José Tolentino de Mendonça (Portugal) – Atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, é valorizado por seu perfil intelectual e espiritual.
  • Cardeal Mario Grech (Malta) – Secretário do Sínodo dos Bispos, é outro nome lembrado pela atuação nas reformas impulsionadas por Francisco.
  • Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Popular na Ásia e muito próximo de Francisco, lidera o escritório missionário do Vaticano e é considerado um dos favoritos.
  • Cardeal Robert Francis Prevost – Um dos representantes dos EUA na Cúria, é apontado como uma figura de equilíbrio.
  • Cardeal Wilton Gregory – Arcebispo de Washington D.C., é o primeiro cardeal afro-americano da história e foi nomeado por Francisco.
  • Cardeal Blase Cupich – Arcebispo de Chicago, tem perfil progressista e é visto como uma continuidade das reformas do atual pontificado.
  • Cardeal Fridolin Ambongo Besungu (Congo) – Arcebispo de Kinshasa, representa uma voz influente da Igreja na África, com atuação destacada em temas sociais e ambientais.