O PSB, presidido pelo governador Eduardo Campos (PE), apresentou na noite desta segunda-feira (1°) documento em que propõe a realização de plebiscito para a reforma política em outubro de 2014, simultaneamente à eleição presidencial.
A tese contraria a agenda da presidente Dilma Rousseff e do PT, que pretendem antecipar a consulta popular.
A direção do PSB entende que qualquer mudança na legislação, seja no financiamento de campanhas ou no modelo de votação, só deve valer após o pleito do ano que vem. Em reunião realizada em Recife, a sigla também propôs o fim da reeleição, com coincidência de mandatos de cinco anos.
Outra proposta que consta do texto dos correligionários de Campos é o fim das coligações proporcionais.
Os dois itens também estão na contramão do desenho de reforma pretendido pelos petistas, que dá prioridade ao voto em lista e ao financiamento público. A revisão do pacto federativo também foi incluída no documento.
A tese, que prevê mudanças nas atribuições da União, Estados e municípios, é difundida por Campos em palestras que faz pelo país para divulgar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.
O texto foi discutido com a direção nacional da legenda e serviu para afinar o discursos dos aliados do governador de Pernambuco.
Na semana passada, o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, reuniu-se com representantes do PT, PC do B e PDT em São Paulo. Na ocasião, foi anunciado um acordo entre as siglas em torno do modelo de reforma idealizado pelos petistas, o que contrariou Campos.
“Os políticos não podem definir sozinhos as perguntas nem fazer plebiscito de afogadilho”, afirmou o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS). “A gente acha que um plebiscito pode conter mais coisas do que aquilo que, digamos, interessa ao PT, que é financiamento público [de campanha] e [voto em] lista fechada. Tem gente nesse plebiscito querendo fazer sua reforma”, disse.
Folha