nuances de solidariedade

“Tramas e Resistências Prisionais”: livro de autores paraibanos analisa construção de tramas e resistências de presos, em presídios do Brasil

Lançado em março deste ano, o livro “Tramas e Resistências Prisionais” escrito por 9 autores paraibanos e um pernambucano, composto por nove capítulos, retrata e analisa minuciosamente os processos de construção das tramas e resistências prisionais construídas nas relações que presos e presas estabelecem entre si, com suas nuances de solidariedade, mas também de perversidades.

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Foto: divulgação

Lançado em março deste ano, o livro “Tramas e Resistências Prisionais” escrito por 9 autores paraibanos, um pernambucano, e um rio-grandense-do-norte, composto por nove capítulos, retrata e analisa minuciosamente os processos de construção das tramas e resistências prisionais construídas nas relações que presos e presas estabelecem entre si, com suas nuances de solidariedade, mas também de perversidades.

Segundo um dos organizadores e autor do livro, Valdeci Feliciano Gomes, as tramas também são compostas no seio das relações tecidas entre presos e policiais penais e funcionários administrativos da prisão, bem como com amigos e familiares externos à prisão. Os capítulos do livro são resultados de pesquisas empíricas desenvolvidas no interior de prisões brasileiras masculinas e femininas e de instituição de acolhimento para menores em conflitos com a lei.

“Este livro analisa as complexas tramas das artimanhas, das resistências, e das formas de empoderamento dos presos no cotidiano prisional. Os estudos revelam como as marcas pretéritas dos indivíduos presos exercem influências no cotidiano prisional. Ao mesmo tempo, mostram como os efeitos da prisão se estendem para além do tempo da pena. Tais efeitos podem ser relativizados a depender da origem social e do crime cometido”, disse Valdeci.

De acordo com o autor, Vanderlan Silva, se for privilegiado, o preso será visto como alguém alternativo, como ousado e resistente, capaz de resistir às durezas da prisão, podendo recomeçar a vida de outra maneira. Mas, se a marca desse é de origem pobre, de subalternidade e de abandono social, muito provavelmente verá cair sobre si as marcas do controle e do estigma social que o classificam como indesejado, perigoso.

O capítulo, “Aprendizado, resistências e empoderamento no chão da prisão”, é de Vanderlan Silva, um dos organizadores da coletânea; “Comércio das drogas e a proibição do crack na Penitenciária Regional de Campina Grande Raimundo Asfora – Serrotão”, é de Valdeci Feliciano Gomes, igualmente organizador da coletânea; “O isolamento social em instituições de privação da liberdade: Reflexões sobre os impactos da pandemia de Covid-19 no CEA”, é de Alessa Cristina P. de Souza; “A Pandemia da Covid-19 nas prisões brasileiras: entre os desafios e a negação de direitos”, é de Hilderline Câmara de Oliveira; “As prisões e os arquivos prisionais: A vida e a morte no Presídio Regional do Serrotão em Campina Grande (1990-2012)”, é de Helmano de Andrade Ramos;  “As tramas da geografia do cárcere: o complexo Penitenciário do Serrotão, que território é esse?”, é de Amaro Freire Ameztegui Rosales e Eugênia Maria Dantas;  “Práticas de resistências à mecânica opressiva no cotidiano prisional do Serrotão”, é de Charles Targino; “O outro lado do espelho: desconstituindo a ideia do caos prisional feminino em Campina Grande”, é de Auristela Cristina de Moura Camêlo Costa; e “A lei paralela no presídio do Serrotão: do “inquérito à sentença”, é de Max Sandro Francelino de Souza e Valdeci Feliciano Gomes.

No capítulo abordado por Valdeci Gomes, ele trabalha sobre o comércio de drogas e o comando das facções Dentro e fora do presídio. O livro lançado pela Editora Telha produz uma análise que considera marcas passadas dos presos, e reflete ao mesmo tempo a consequência da prisão na vida de cada um deles.

Sobre Valdeci Feliciano Gomes

1)Graduação em História pela Universidade Federal da Paraíba.
2)Bacharel em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba
3) Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Estadual da Paraíba
4) mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Campina Grande.
5) mestre em Direito pela Unesa.
6) doutorando Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande.
7) autor/organizado dos Livros nas Tramas da Prisão.
8) autor do livro Prisão, trabalho e ressociação.
9) professor de Direito
10) Investigar de Polícia Civil

Fonte: Adriany Santos
Créditos: Polêmica Paraíba